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Encurralado

Aniquilação em termos militares do Estado Islâmico traz alívio a milhares de pessoas

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Sírios próximos a veículo das forças do governo em Baghuz, fronteira com o Iraque
Sírios próximos a veículo das forças do governo em Baghuz, fronteira com o Iraque - Delil Souleiman/AFP

Geram justificada celebração os relatos de que o último bastião do Estado Islâmico está prestes a capitular. Aproxima-se do fim um regime que impôs de forma brutal sua visão distorcida de islamismo após os insurgentes derrotarem forças sírias e iraquianas e autoproclamarem um califado, em 2014.

Segundo reportagem do jornal The New York Times, os combatentes restantes da facção terrorista concentram-se em uma pequena faixa de terra, equivalente a um bairro, no povoado sírio de Baghuz, na fronteira com o Iraque. Estão encurralados por tropas dos dois países e por uma milícia curda e árabe apoiada pelos EUA.

Não existe mais, portanto, um risco à integridade territorial das nações onde o EI se instalou e ganhou corpo. No auge de sua sinistra expansão, uma área do tamanho do estado de São Paulo ficou sob comando da organização, incluindo importantes cidades como Mossul, a segunda maior do Iraque.

A aniquilação em termos militares do infame califado traz alívio a milhares de pessoas forçadas a viver em um reino de terror, mas não elimina os tentáculos criados pela facção em várias partes do mundo. Não se pode desprezar seu poder de influência sobre muçulmanos radicais dispostos a praticar atentados no Ocidente.

Uma prova dessa capacidade de atração são as diversas nacionalidades de cidadãos que aderiram à milícia e agora fogem do cerco para tentar se salvar. Há alemães, franceses, britânicos, suecos, entre outros. Estima-se que no ápice até 40 mil homens, de cerca de cem países, juntaram-se ao EI.

Outro desafio é garantir a estabilidade local, uma vez consumada a rendição por completo dos militantes. Isso dependerá, em boa medida, de quando o governo americano vai retirar suas tropas da Síria, uma promessa de campanha de Donald Trump reforçada por ele no fim do ano passado.

A desmobilização está em suspenso, porém, por causa do conflito histórico entre as milícias curdas —aliadas dos americanos em solo sírio— e a vizinha Turquia, que as vê como grupo terrorista. A Casa Branca quer garantias de que os turcos não atacarão os curdos.

Como se nota, o Estado Islâmico, a despeito da iminente queda no front, ainda representa um considerável potencial de ameaça.

editoriais@grupofolha.com.br

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