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Calma no trânsito

Proposta de restrição a motocicletas na marginal Pinheiros está na direção certa

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Faixa da CET em ponte orienta motociclistas a utilizar a pista local da marginal Pinheiros
Faixa da CET em ponte orienta motociclistas a utilizar a pista local da marginal Pinheiros - Rivaldo Gomes/Folhapress

Medidas para disciplinar o tráfego de veículos numa metrópole como São Paulo sempre suscitarão controvérsia. Não seria diferente agora com as propostas do prefeito Bruno Covas (PSDB), que no entanto avançam na direção correta.

As vias nevrálgicas da cidade, ninguém duvida, são as avenidas marginais dos rios Tietê e Pinheiros. Ali ocorrem muitas das mortes de motociclistas, que se repetem à taxa sombria de um óbito por dia.

Faz sentido, assim, que no centro das iniciativas anunciadas pela prefeitura apareça uma restrição adicional a esses veículos de duas rodas nas pistas expressas das marginais, onde a velocidade máxima pode chegar a 90 km/h.

A limitação vigorava antes só na via que margeia o Tietê, e passará a valer também, até maio, ao longo do Pinheiros, mas só no sentido de Interlagos para a rodovia Castello Branco. Após adaptações necessárias na segregação das pistas, o acesso restrito passará a viger igualmente no sentido inverso, Castello-Interlagos.

A providência integra o Plano de Segurança Viária 2019-2028, que se achava em preparação havia mais de um ano. Veio a público assim que se tornaram conhecidos os dados do sistema Infosiga, do governo estadual, dando conta de que a administração paulistana não logrou conter a quantidade de mortes no trânsito de 2017 para 2018.

As fatalidades em acidentes de tráfego na capital estacionaram na marca espantosa de 884 no ano passado. Isso corresponde a uma proporção de 7,26 por 100 mil habitantes, ainda distante da meta de 6/100 mil fixada para o ano que vem. Para comparação: Nova York tem taxa de 2,3/100 mil.

Também nessa seara, Covas vai se diferenciando do antecessor, João Doria (PSDB), hoje governador do estado —que em sua gestão tomou a decisão temerária e eleitoreira de devolver o limite de velocidade nas marginais para 90 km/h, quando todos já estavam habituados a 70 km/h nas faixas expressas.

O alcaide pretende ainda ampliar a quantidade de áreas da cidade com velocidade reduzida a 30 km/h. Nelas também se preveem intervenções como o estreitamento da pista, para acalmar o tráfego e minorar o risco para transeuntes.

Essa é a tendência mundial para a queda da mortandade nas ruas. Por mais que desagrade a parte dos motoristas, não há motivo para São Paulo seguir na contramão.

editoriais@grupofolha.com.br

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