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Instável Espanha

País realiza neste domingo sua terceira eleição geral em pouco mais de três anos

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Candidatos da eleição espanhola participam de debate; em sentido horário: Pablo Casado (Partido do Povo), o atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez (Partido Socialista Operário Espanhol), Albert Rivera (Cidadãos) e Pablo Iglesias (Podemos)
Candidatos da eleição espanhola participam de debate; em sentido horário: Pablo Casado (Partido do Povo), o atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez (Partido Socialista Operário Espanhol), Albert Rivera (Cidadãos) e Pablo Iglesias (Podemos) - TVE - 23.abr.2019/Reuters
 
 

A Espanha realiza neste domingo (28), sua terceira eleição geral em pouco mais de três anos. Desde o pleito do final de 2015, que sacramentou o ocaso do bipartidarismo dominante ali por mais de três décadas, o país europeu vem se equilibrando entre a paralisia política e frágeis governos de minoria.

No cargo há pouco mais de dez meses, o primeiro-ministro Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), antecipou a votação que deveria se dar apenas no ano que vem, após ter sua proposta de Orçamento para 2019 rechaçada no Parlamento.

O socialista ascendeu ao poder após o ex-premiê Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP), que precisou de duas eleições para conseguir formar seu governo, ter sido destituído pelo Legislativo devido a um escândalo de corrupção.

A esse cenário instável e fragmentado, que inclui, além dos tradicionais PP e PSOE, o Cidadãos, de centro-direita, e o Podemos, de esquerda, vem se juntar uma nova e controversa força partidária.

Sigla ultranacionalista fundada em 2013, o Vox ganhou relevância em dezembro de 2018, quando conquistou de forma surpreendente 12 cadeiras no Parlamento da Andaluzia. Agora, as pesquisas lhe dão 11% dos votos nacionais. 

O crescimento da agremiação, dona de um discurso anti-imigração, em prol do Estado mínimo e da centralização do poder em Madri (em oposição às prerrogativas concedidas às comunidades autônomas), é visto como resposta ao recente fortalecimento do movimento separatista catalão.

Não por acaso, esse foi um dos temas dominantes da campanha, com os partidos de direita acusando Sánchez de ter se dobrado aos caprichos da Catalunha e tratado um governo regional, subordinado a ele, como se fosse outro Estado.

Após amargar resultados pífios nas últimas eleições, o PSOE lidera os levantamentos mais recentes, com quase 30% das intenções de voto. As sondagens sugerem que a sigla tenha reconquistado simpatizantes que haviam migrado para o Podemos.

Esta legenda de esquerda mais radical, que cravou 21% dos votos nas eleições de 2015 e de 2016, amealharia agora cerca de 14%. No campo mais à direita, o PP aparece com 20% dos sufrágios, e o Cidadãos com quase 15%.

Nos cenários mais plausíveis, nenhum partido deverá ser capaz de conquistar a maioria no Parlamento, e o encarregado de formar o governo será obrigado a buscar uma delicada coalizão com vários atores. A instabilidade deve continuar dando o tom na política espanhola.

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