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Marcos Magalhães

O monopólio da concorrência

Não há venda casada na política adotada pelo Itaú

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imagem mostra aplicativo de celular, máquina pequena e máquina tradicional
Máquinas de cartão de crédito e débito da Rede, empresa do Itaú - Divulgação
Marcos Magalhães

Em um passo que aproxima o mercado brasileiro das práticas internacionais, antecipa tendências regulatórias e, o mais importante, beneficia varejistas de pequeno e médio porte em larga escala —atendendo a antiga e legítima reivindicação dos comerciantes—, a Rede, do Itaú, anunciou no dia 17 de abril uma nova política de preços, que modifica profunda e positivamente a dinâmica das relações comerciais entre lojistas e credenciadoras de cartões.

Pelo caráter inovador e amplitude do incentivo econômico que pode proporcionar, a iniciativa foi celebrada por clientes, mas causou estranha e intempestiva reação da concorrência. 

A Rede zerou a taxa de antecipação de recebíveis nas vendas com cartão de crédito à vista e reduziu o prazo de pagamento ao comerciante para dois dias. Ao fazê-lo, favorece a formação de capital de giro, componente crítico para as finanças do seu negócio. A nova condição vale para atuais e novos clientes da Rede que tenham conta no Itaú e faturem até R$ 30 milhões por ano, condição esta que abrange autônomos, microempreendedores, profissionais liberais, pequenos e médios varejistas do país --um público que representa mais de 98% do mercado.

Competidores independentes que não estão ligados a bancos classificaram a medida, de forma infundada, de anticoncorrencial, alegando venda casada, preço predatório e possível retaliação a clientes com contas em outros bancos. Com isso, tentam gerar desinformação e desserviço à população.
 
Com nossa nova política, estamos dando mais um passo para estimular a competição no segmento, além de sua modernização, ao nos anteciparmos a uma tendência regulatória. Ademais, o cliente sempre terá a liberdade de escolha para adquirir ou manter o produto credenciamento nas condições tradicionais, sem penalidades, e para permanecer ou não com seus recursos no Itaú, não havendo qualquer obrigação de manutenção de saldo mínimo.
 

Cabe lembrar que há concorrentes independentes que obrigam estabelecimentos a receber os recursos em uma conta "digital" nos próprios credenciadores, sem a qual simplesmente não se presta o serviço de credenciamento.

O novo modelo apresentado pela Rede não será oferecido de forma temporária --trata-se de nova política comercial. Não haverá majoração de quaisquer outros preços, taxas ou tarifas. Mesmo considerando os custos associados à condição anunciada e sem haver subsídio, rebate nem transferência de resultados por parte do Itaú, a Rede continuará sendo um negócio saudável, rentável, lucrativo. 

Não tem "pegadinha": estamos simplesmente abrindo mão de parte de nossa receita e da nossa margem para oferecer esse novo benefício aos clientes, nos valendo de uma possibilidade igualmente ao alcance dos "players" independentes e financeiramente fortalecidos após a captação de bilhões de dólares em operações públicas de abertura de capital e acesso a crédito e "funding" em condições bastante competitivas.

No contexto de um mercado cada vez mais concorrido, por que só as "fintechs" e os independentes deveriam ter a prerrogativa de competir?

Os tempos são outros, e esta parece ser uma visão extemporânea da realidade. Inovar na adoção de práticas que estimulam a competição, modernizam e antecipam soluções em benefício de todos não são, nem deveriam ser, privilégio ou exclusividade deles.

Marcos Magalhães

Diretor-presidente da Rede

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