Teremos um ultimato ao impasse do funcionalismo público? À sua onerosa e perniciosa sobrevivência? Enfrentaremos este sistema tão ou mais grave que o entrave econômico da Previdência?
As regalias serão abolidas nesta democracia? O Senado e as câmaras legislarão com isonomia? Seria um tiro no pé contrariar suas injustificadas e injustas mordomias? Ou um giro de 180º na nossa maré?
Um ministro-juiz, por uma vaidade suprema, pacificará o país ou promoverá mais violência realizando o sonho de um presidente belicoso, armando o povo e salvaguardando a polícia num combate tenebroso?
Não escapam deste fogaréu os que ardem e os chamuscados, desta fogueira de vaidades inflada pelas arbitrariedades corporativistas e pelo povaréu, incendiada.
Surpreendente? A edificante atuação presidencial? As brilhantes escolhas ministeriais? As alucinantes performances filiais? É evidente que não! O objetivo de campanha deste pretenso político foi tão explicitado quanto o de seu eleitorado. Como agora poderia ser destoante?
No voto secreto disseram "sim", mas nas pesquisas sobre o mandato dizem não? Mudaram de opinião? Será que votaram mesmo contra a corrupção ou foram abduzidos e caíram numa conspiração?
Esta eleição atravessou o espelho e foi até visceral. Provou que, mesmo com uma experiência quase mortal, o postulante ao cargo nada mudou, pois, logo após, incendiou a avenida Paulista contra o “inimigo vermelho” e exaltou, mais uma vez, a sua já enraivecida e envaidecida verve exibicionista.
É preciso alguma vidência? O patético enredo estava ensaiado. O que esperavam de um inexperiente político há 28 anos em experiência? A tutela popular se identifica com o deslumbramento alcançado: o glorioso palco da Presidência. É preciso, sim, muita competência do que simplesmente apelar para ficar em evidência!
Quanta irresponsabilidade do funcionalismo e dos políticos que usam o dinheiro público sem uma missão de verdade, como essa “família” que foi alçada ao poder, legitimamente, por interesseiros, por formadores de opinião e pela paixão do povo em ver o circo pegar fogo, numa tamanha falta de responsabilidade.
São emblemáticos os desatinos no Ministério da Educação. Primeiro um filosofista colombiano (onde a língua portuguesa deveria ser cultuada) sem experiência assume com pronunciado sotaque castelhano. Depois, um economista brasiliano (onde a formação em educação deveria ser considerada) sem experiência assume com pronunciado destaque em contingenciamento como plano. A gravidade na educação brasileira é o resultado da eleição. É sintomático.
A vaidade corrompe a vida de todos neste abuso de poder —os que dela se valem, os que se deixam levar e os que não podem escapar. A vanglória acumula privilegiados “direitos” e não assegura esperados direitos para os quais não foi autorizada esta sua egoísta, escandalosa e vergonhosa razão de ser. Retrocede mais a nossa trajetória, numa insustentável presunção de quem ilude fazer história.
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