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Armas de Trump

Situação econômica dos EUA é principal trunfo do republicano na campanha pela reeleição

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump - AFP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou oficialmente a campanha pela reeleição no pleito de 2020. O local escolhido para o comício, uma arena na cidade de Orlando, na Flórida, recebeu uma multidão de apoiadores empolgados, que começaram a formar fila 30 horas antes do evento.

Trump apresentou mais do mesmo em seu discurso. Demonizou os democratas, classificando-os de monstros "implacáveis" e "desequilibrados" dedicados à "ascensão do socialismo radical e à destruição do sonho americano".

Afirmou que imigrantes ilegais serão alvo de deportações em massa; reclamou dos veículos de imprensa, que o estariam perseguindo por meio de fake news. E, como se ainda estivesse em 2016, atacou por diversas vezes Hillary Clinton, sua adversária no pleito passado.

Com o comício, Trump deixou claro que não buscará, na atual corrida, expandir sua base eleitoral. Pelo contrário, demonstrou que dobrará a aposta em torno dos temas que o elegeram em 2016. Desta vez, contudo, será mais difícil para ele, como ocupante de turno da Casa Branca, se vender como um "outsider" contra o sistema.

Dentre os trunfos do republicano para a disputa, o mais evidente é a situação econômica dos EUA. O crescimento do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre deste ano, de 3,1% na taxa anualizada, surpreendeu analistas e foi celebrado pelo presidente. O desemprego de 3,6% é o menor em 50 anos, e a inflação permanece baixa.

A possibilidade de agravamento do conflito comercial com a China, entretanto, preocupa todo o mundo e ameaça esse cenário benigno —e mesmo com ele, Trump apresenta fragilidades consideráveis.

Ele é o único presidente americano na história que nunca conseguiu a aprovação da maioria dos eleitores. O mandatário, ademais, aparece atrás dos principais candidatos democratas em pesquisas de opinião de voto.

Tal panorama pode vir a se alterar caso as ameaças de guerra com o Irã se concretizem. A relação entre os dois países atingiu um de seus pontos de maior tensão após a nação asiática derrubar um drone americano e a Casa Branca autorizar um ataque em retaliação —do qual recuou depois.

Levantamento publicado há um mês mostrou que 54% dos americanos consideram o Irã uma ameaça séria ou iminente aos EUA. Assim como George W. Bush conseguiu aumentar sua popularidade com uma controversa guerra ao terror, não é implausível que Trump possa lograr efeito parecido na hipótese de um embate armado.

editoriais@grupofolha.com.br

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