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Reinaldo Fujimoto

Não mexam no Banco do Brasil

Controladas pela União, empresas valiosas devem ser preservadas

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Reinaldo Fujimoto – Presidente da ANAB, Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil.
O presidente da ANABB (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil), Reinaldo Fujimoto - Divulgação

Discutir os caminhos do país a partir de “mais Estado”, como advogam alguns, ou “menos Estado”, como preconizam outros, acaba sendo um olhar reducionista. Um membro da equipe econômica do governo Jair Bolsonaro (PSL) chegou a afirmar: “Vamos tornar o Banco do Brasil mais magrinho”. Trata-se, claramente, de uma percepção estreita.

O foco deve ser a qualidade e a força das instituições públicas. Valiosas empresas controladas pela União precisam ser preservadas. Por exemplo, no âmbito da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a cobiçada entidade na qual o Brasil tenta ingressar, as empresas públicas alcançam valor superior a US$ 12 trilhões.

É assim que nós, da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), encaramos o papel do Banco do Brasil, cuja gestão combina a vocação de empresa de natureza pública com a de banco competitivo. 


De um lado, financia quase 60% do total do agronegócio, contribuindo para exportações de alimentos do país e estabelecendo sólida parceria com um dos segmentos mais dinâmicos da economia. Ao mesmo tempo, fortalece a agricultura familiar e a pequena produção, setor que é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes, responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa e por mais de 70% dos empregos no campo, segundo dados da Secretaria de Agricultura Familiar.

De outro lado, integra a Bolsa de Valores no segmento chamado “novo mercado”, onde só entram empresas que realizam as melhores práticas de gestão corporativa.

O próprio Tesouro Nacional tem sido contemplado com dividendos expressivos. Sem considerar o recolhimento de impostos, o BB alimentou o caixa da União com R$ 32,397 bilhões nos últimos 12 anos.

Apenas com o lucro de 2018, mais de R$ 5 bilhões foram distribuídos para acionistas e investidores, sendo R$ 2,7 bilhões para o Tesouro. O modelo de empresa pública que a sociedade construiu para o Banco do Brasil tem dado certo. Este arranjo institucional inclui estrutura enxuta, boa governança e nichos de negócios onde subsidiárias e coligadas contribuem decisivamente para o resultado positivo do conglomerado.


Qualquer tentativa de vender ativos estratégicos coloca em risco a sustentabilidade do Banco do Brasil. Tampouco é solução para o país, já que, ao fazer caixa hoje, certamente vai gerar encargos e dívidas amanhã.

A ANABB traz essas reflexões diante das ameaças de desmontar um modelo eficiente de empresa pública.

Como uma das maiores associações de trabalhadores da América Latina, entidade independente e sem vínculo político-partidário, defendemos a manutenção da boa governança corporativa, a salvaguarda dos acionistas e o fortalecimento da relevância social do Banco do Brasil.

Ao lançar uma campanha publicitária em nível nacional nesta terça-feira (18), em defesa e pelo fortalecimento do Banco do Brasil, queremos que a sociedade saiba o que essa empresa tem feito, sendo um dos pilares do crescimento e da prosperidade, e o que ainda pode fazer pelo Brasil. Hoje e no futuro.

Reinaldo Fujimoto

Presidente da Anabb (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil)

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