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Rodnei Bernardino de Souza

A mobilidade acelera rumo à transformação

Inovações redefiniram a forma como as pessoas se locomovem

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Rodnei Bernardino de Souza

Desde o século passado, muito se fala e especula sobre o que será o futuro da mobilidade. Temos visto em filmes, documentários e em grandes feiras dos mais diversos setores o surgimento de teorias e protótipos envolvendo drones, expansão dos trens-bala e até mesmo carros voadores. Porém não é preciso ir tão longe para falar sobre a transformação na forma de se locomover.

A mobilidade acompanha os movimentos da sociedade e se transforma rapidamente ao criar novos hábitos de vida e consumo a cada dia, graças ao poder que o mundo digital nos proporciona. Vivenciamos essa mudança no dia a dia e muitas vezes não nos damos conta do que representa em nosso cotidiano.

Aplicativos de transporte, carros compartilhados e aluguel de bicicletas para curtos períodos são algumas das inovações que redefiniram a forma como as pessoas se locomovem —principalmente em grandes centros urbanos. Esses são alguns dos sinais que comprovam que o conceito de mobilidade já se transformou na última década e possui potencial para manter um ritmo acelerado de mudanças nos próximos anos.

As transformações contínuas nos conceitos de mobilidade geram um impacto que vai muito além do que o enxergado apenas nos indivíduos separadamente. A mudança é ainda mais evidente na rotina das famílias, ao criar novos hábitos para os mais diversos grupos de pessoas dentro de cada domicílio brasileiro.

Esses  novos hábitos levantaram uma discussão sobre um termo cada vez mais comum: a intermodalidade. O conceito se baseia em fazer uso de mais de um modal de transporte para concluir um trajeto, em busca pela praticidade ao desfrutar de cada categoria o que ela tem de melhor a oferecer.

Em grandes cidades, é comum que pessoas que moram em bairros mais afastados e trabalham em regiões centrais utilizem seu automóvel para ir até uma estação de trem ou metrô, sigam pelo modal de trilhos até a estação mais próxima do trabalho e finalizem o percurso com uma bicicleta compartilhada.

Cruzamento da av. Paulista com a rua da Consolação, em São Paulo, em imagem em dupla exposição
Cruzamento da av. Paulista com a rua da Consolação, em São Paulo, em imagem em dupla exposição - Eduardo Knapp/Folhapress

Outro ponto relevante é que o movimento de transformação não passa apenas pela praticidade encontrada pelas pessoas em cada modal para se locomover. A temática de sustentabilidade é um fator cada vez mais recorrente ao se pensar em novas formas de transporte. Um bom exemplo é o interesse cada vez maior por carros elétricos e híbridos.

Segundo estudo da FGV Energia, a previsão é que até 2020 a frota mundial de veículos elétricos e híbridos chegue a cerca de 13 milhões e, em 2030, ultrapasse os 140 milhões, o que representaria até 10% da frota total de carros. Essas expectativas são resultado e um reflexo de medidas de incentivo a esse segmento que estão sendo tomadas há algum tempo, como o maior número de lançamentos nessa categoria, o aumento das estações de recarga elétrica e as condições especiais para financiamento e compra.

As montadoras, concessionárias, instituições financeiras e todas as demais empresas inseridas no setor automotivo estão cada vez mais engajadas nessa jornada de mobilidade e trabalhando duro para proporcionar uma transformação saudável para as pessoas e para o planeta.

O incentivo ao mercado de veículos elétricos e híbridos no Brasil mostra o interesse em atingir a transição para uma economia de baixo carbono. Os impactos desse esforço são percebidos pela sociedade quando conseguimos abranger clientes e fornecedores com o reforço positivo para uma economia mais limpa e inclusiva.

Diante dessas mudanças nos hábitos de mobilidade e em uma sociedade em constante transformação no que se refere a prioridades materiais e de vida, sabemos que mesmo uma parcela das pessoas das próximas gerações que optarem por não adquirir um carro próprio continuará usando os veículos de outras formas, como, por exemplo, via locação, uso compartilhado ou mesmo aplicativos de transporte. Portanto, o veículo continuará sendo adquirido de alguma forma e o setor precisará estar preparado para isso.

Por isso, temos notado um interesse constante em debater novas alternativas para o novo mercado e precisamos estar cada vez mais preparados e atentos para atuar em parceria com as tendências, que vão se tornando realidade, como carros elétricos e híbridos, compartilhados, conectados e autônomos.

Nos últimos anos, as instituições financeiras avançaram muito no que se refere à aproximação dos clientes para compreender suas jornadas de mobilidade a fim de desenvolver soluções baseadas em suas necessidades.

Todas essas iniciativas se conectam com um propósito nobre: disponibilizar soluções para a jornada de mobilidade, estimulando o poder de transformação das pessoas e, por consequência, do setor automotivo.

Rodnei Bernardino de Souza

Diretor do Itaú Unibanco

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