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Brasil acima do peso

Apesar de leve melhora de hábitos alimentares, piora a forma física da população

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Cliente põe prato em balança em restaurante no centro paulistano
Cliente põe prato em balança em restaurante no centro paulistano - Eduardo Knapp 11.jul.17/Folhapress

A pesquisa Vigitel 2018, conduzida anualmente pelo Ministério da Saúde, trouxe dados preocupantes sobre a forma física dos brasileiros, a partir de entrevistas realizadas nas capitais do país.

Manteve-se a tendência de aumento, verificada nos anos anteriores, do percentual da população com excesso de peso. Mais grave, a prevalência de obesidade, que vinha se mantendo estável, recrudesceu no ano passado.

Definido por um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 25 kg/m² (resultado da divisão do peso pelo quadrado da altura), o sobrepeso atinge um contingente de 55,7% da população. Trata-se do maior patamar da série histórica, iniciada em 2006 —quando a taxa apurada foi de 42,6%.

Nesse grupo, consideram-se obesos homens e mulheres que apresentam ICM de 30 kg/m² ou maior. Tal condição é correlacionada com o desenvolvimento de doenças crônicas, como as coronárias, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% das mortes no país.

Em 2018, a parcela dos obesos subiu a 19,8%, também o maior percentual desde que a pesquisa foi criada. Doze anos antes, eram 11,8%.

Chama a atenção que a piora da forma física dos brasileiros tenha ocorrido a despeito de alguma melhora de hábitos alimentares.

Desde 2008, a fração de brasileiros que se nutre regularmente de frutas e hortaliças passou de 20% para 23,1%. A cifra, porém, não só afigura-se ainda pouco expressiva como vem regredindo desde 2016.

Já a redução do consumo de refrigerantes foi acentuada, caindo de 30,9%, em 2007, para 14,4% no ano passado. Cresceu ainda o estrato da população que pratica ao menos 150 minutos de atividades físicas por semana. Há dez anos, esse hábito era mantido por um contingente de 30,3%; em 2018, o percentual subiu para 38,1%.

Com relação ao consumo de tabaco e de álcool, as estatísticas são divergentes. De um lado, a proporção dos que abusam da bebida elevou-se, de 2006 a 2018, de 24,8% para 26%, entre os homens, e de 7,7% para 11% entre as mulheres.

De outro, o percentual de fumantes reduziu-se, no mesmo período, de 15,7% para 9,3%, indicando a eficácia das políticas antitabagistas. Tal sucesso, aliás, deveria inspirar o poder público a aprofundar os esforços para atacar a obesidade.

As medidas recomendáveis incluem reforçar a orientação nutricional na atenção básica, multiplicar locais para a prática de atividades físicas, rotular alimentos ultraprocessados ricos em açúcar, sódio e gordura e restringir a publicidade infantil desses produtos.

​editoriais@grupofolha.com.br

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