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De canudo em canudo

Iniciativas pontuais, somadas, importam na redução de dano causado por plásticos

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Canudos de plástico na Panificadora Nova Gomes, na zona leste de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

A poluição dos mares por resíduos plásticos inscreve-se entre os temas ambientais mais preocupantes do presente. Descartamos nos oceanos, todos os anos, ciclópicas 8 milhões de toneladas desse polímero, o qual perfaz aproximadamente 85% do lixo marinho.

Ademais, como alguns desses materiais tardam um século ou mais para se decompor, sua acumulação converte-se em um problema que atravessa gerações.

Embora seja difícil imaginar uma solução única para a questão, iniciativas pontuais, se somadas, podem fazer diferença. Segue esse espírito a tendência, que ganha corpo em todo o mundo, de proibir os canudos de plástico descartáveis.

Recentemente, a cidade de São Paulo aderiu a ela. A lei, que deve entrar em vigor no segundo semestre, proíbe o artigo em hotéis, restaurantes, bares, padarias, clubes noturnos e eventos musicais. A multa para os recalcitrantes pode chegar a R$ 8.000.

Diplomas semelhantes já foram aprovados em Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro, Camboriú (SC), Ilhabela (SP), Santos (SP), Rio Grande (RS) e em todo o Rio Grande do Norte. Nos EUA, o estado da Califórnia e a cidade de Seattle encamparam a iniciativa, assim como localidades europeias e asiáticas.

A investida contra os canudinhos tem sua razão de ser. Desnecessários, a não ser para certas condições médicas, e utilizados por poucos minutos, não integram uma cadeia de descarte voltado à reciclagem. Uma vez nos oceanos, levam mais de 200 anos para se decompor.

Não existem estatísticas sobre o consumo de canudos plásticos no Brasil, mas os números internacionais assustam. Estima-se que pelo menos 170 milhões de unidades sejam jogadas fora por dia nos EUA. 

Sua proibição, no entanto, ataca apenas uma parte diminuta do problema. Estima-se que que os canudinhos componham de 4% a 7% do plástico que polui os mares.

Não à toa, iniciativas de maior amplitude vêm sendo colocadas em prática. Na principal delas, a União Europeia anunciou que irá banir até 2021 os chamados plásticos de uso único —categoria que  inclui copos, pratos, talheres, cotonetes, tampas e embalagens para entrega de comida.

Ao sancionar a nova lei paulistana, o prefeito Bruno Covas (PSDB), divulgou a adesão de São Paulo ao programa da ONU para eliminar o uso de embalagens plásticas desnecessárias e melhorar os índices de reciclagem. É um bom começo.

editoriais@grupofolha.com.br

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