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O partido da direita

PSL de Bolsonaro busca expansão, mas ainda está longe de ter coesão interna

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O deputado Alexandre Frota (SP), expulso do PSL - Pedro Ladeira/Folhapress

Neste sábado (17), o Partido Social Liberal (PSL) dará início a uma campanha nacional de filiação. A meta é chegar a 500 mil alistados até outubro e a 1 milhão até as eleições municipais de 2020. Hoje, são cerca 271 mil os filiados à sigla que acolheu Jair Bolsonaro, egresso do PSC, em janeiro de 2018.

Com a grande onda direitista do bolsonarismo, a legenda, até então sem relevância, atraiu uma legião de candidatos para a corrida eleitoral. De uma hora para outra, elegeu três governadores e a segunda maior bancada da Câmara Federal, atrás apenas da petista. 

As circunstâncias que levaram ao meteórico inchaço explicam uma das características marcantes do novo PSL —seu caráter de aglomerado inorgânico de grupos e personalidades que se acotovelam, não raro de maneira caótica, em busca de influência, controle de postos e recursos partidários.

A sigla, que na última eleição viu-se às voltas com denúncias de candidaturas de fachada, receberá vultosa verba de fundos públicos para os pleitos municipais.

Contribui para as refregas internas a relativa heterogeneidade da militância. Como mostrou levantamento feito por esta Folha, cerca de 14% dos filiados já pertenceram a outros partidos e, em contraste com o antipetismo e as bandeiras direitistas, 4% atuaram em agremiações identificadas com a esquerda, como PT, PDT, PSB, PSOL, PC do B, PCB, PSTU e PCO. 

Nesse contexto, um dos principais alvos da disputa interna, que ganhou destaque com a recente expulsão do deputado Alexandre Frota (SP), é o controle do partido em São Paulo e a consequente definição do candidato à prefeitura da maior cidade do país.

Atualmente o diretório paulista é comandado por Eduardo Bolsonaro, que poderá deixar o posto caso o Senado aprove sua indicação para a embaixada em Washington —nessa hipótese o deputado estadual Gil Diniz, atual vice-presidente, assumiria formalmente.

No jogo antecipado para a definição das candidaturas, Frota, que não pode ser acusado de esquerdista, já havia declarado simpatia às pretensões da deputada Joice Hasselmann, que enfrenta a oposição do senador Major Olímpio.

Em que pese o peso político recém-adquirido, o PSL está longe de ser um partido de massas —é o 15º em número de membros, muito atrás de PMDB (2,4 milhões), e PT (1,6 milhão), os maiores.

Pode vir a se transformar na mais expressiva e sólida agremiação de direita do país, a depender, claro, da evolução do projeto político de seu grande cacique, Jair Bolsonaro.

editoriais@grupofolha.com.br

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