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O alarme da dengue

Casos da doença disparam; governos e cidadãos precisam evitar tragédia no verão

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Mosquito Aedes aegypti, transmissor de dengue, zika e chikungunya - Genilton J. Vieira/Fiocruz

As doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti voltaram a ser motivo de preocupação no país, que registra, até 24 de agosto, mais de 1,4 milhão de casos de dengue, em alta de 600% ante período correspondente do ano passado.

Essa doença e as também viroses zika e chikungunya já mataram 650 pessoas neste ano. Não é improvável que o Brasil bata o infeliz recorde do ano de 2015, quando houve 1.001 mortes.

A calamidade de quatro anos atrás incluiu o surto de bebês nascidos com síndrome congênita associada ao vírus da zika, da qual a microcefalia é uma das sequelas. Neste ano, a incidência dessa moléstia também está em alta —aumento de 47% em relação a 2018, com 9.813 casos e 2 mortes.

Fez bem o Ministério da Saúde ao antecipar em dois meses a campanha informativa de combate ao mosquito transmissor, na tentativa de se antecipar ao período chuvoso na maior parte do país.

Causam preocupação os relatos segundo os quais, em meio a restrições orçamentárias, prefeituras estão reduzindo as visitas de equipes de saúde às residências em busca de focos do mosquito e a pulverização de venenos. Também houve, como a Folha noticiou, problemas no fornecimento de inseticida pelo governo federal.

Ainda no campo do combate químico, o plenário do Supremo Tribunal Federal validou recentemente lei que autoriza, em casos de risco iminente à saúde pública, a pulverização de substâncias para controle do mosquito por meio de aviões, o que pode ser mais uma arma no arsenal contra as doenças.

Por mais que autoridades façam a sua parte, o cidadão também precisa empenhar-se em tornar sua casa e seu bairro inóspitos ao Aedes.

Não deveria haver brasileiro que não conhecesse —e praticasse— as medidas recomendadas de não deixar jarras, garrafas, potes, baldes ou caixas d’água destampados; lavar e escovar recipientes de plantas; e não descartar lixo em locais em que os objetos descartados podem acabar acumulando água.

Cumpre evitar, no verão que se aproxima, o terror de postos de saúde lotados e de mortes evitáveis pelo trio infernal de viroses.

​editoriais@grupofolha.com.br

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