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Paulo Manoel Protasio

Uma administração verdadeira

A despeito de tudo, a Prefeitura do Rio trabalha

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O prefeito do Rio, Marcelo Crivela (PRB), em evento na Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) - Mauro Pimentel - 20.mai.19/AFP
Paulo Manoel Protasio

Acompanho de perto a administração do município do Rio de Janeiro há muitos anos. Sempre me deparei com desafios, desde que perdemos a capital para Brasília. 

O prefeito Marcelo Crivella (PRB) chegou à frente da cidade na pior crise de sua história. Foi aqui que aconteceu a nova capital, mas nada comparável ao epicentro da Lava Jato, e que nada tem que haver com Curitiba. Foi aqui que o PAC, como sigla, ganhou a tradução jocosa de “Programa de Aceleração da Corrupção”.

Havia uma dívida de R$ 11,8 bilhões, sendo R$ 6,3 bilhões a serem pagos no tempo da atual gestão, ancorada em montanhas de custeio com arenas vazias, ciclovia embaralhada, Porto Maravilha sem acordo e sem navio, uma municipalização eleitoreira improvisada em um pacote de hospitais estaduais ao custo de R$ 400 milhões ao ano, entre outras coisas.

No mesmo cenário, Escolas do Amanhã e dezenas de Clínicas de Família, inauguradas todas no último ano, chegaram de mãos vazias, sem orçamento para o ano seguinte. Na sua última semana, o prefeito antecessor cancelou R$ 1,5 bilhão de empenhos de obras realizadas e material entregue, criando uma baía de calotes irresponsáveis com processos correndo na Justiça. 

A arrecadação municipal, comparando 2016 com 2017, desabou em R$ 4 bilhões com a falência do estado. Entre dezembro de 2014 e setembro de 2018, o Rio de Janeiro foi a capital que mais perdeu empregos formais: 335.664. Para completar, cerca de 260 mil pessoas cancelaram o plano de saúde, e 70 mil a matrícula de seus filhos na rede privada. Essa é a triste realidade, que foi alardeada tardiamente.

Foi preciso muita coragem para a atual administração tomar as necessárias medidas impopulares, como contribuição dos inativos; reajuste do ITBI; fixação de teto para todos os salários; extinção —muito diferente de corte— de 1.500 cargos públicos; redução de 35 para 12 secretarias; e atualização da planta de valores do IPTU, o que não ocorria há 20 anos.

Isso sem contar o escândalo da concessão da Linha Amarela, com o pedágio urbano mais caro do mundo; a máfia das OSs na saúde; o cartel do transporte, com necessidade de intervenção no BRT. Agora, adotando a tarifa pública mais baixa entre todas as grandes cidades do Brasil, o Rio é mais transparente e justo com seus R$ 4,05 sem um centavo de subsídio. E que, na maioria das vezes, não tem troco.

A despeito de tudo, até do tempo que toma da administração cada tentativa de impeachment, ainda assim, a prefeitura trabalha. Aumentou de 16 mil para 21 mil as vagas em creches. Outras 33 unidades estão em construção, criando mais 20 mil vagas. Oferece almoço aos sábados, nas escolas das áreas mais carentes, para alunos pobres. Aplicou parcos R$ 70 milhões em reforma das escolas e com todas as dificuldades, entre 2017 e 2018, realizou mais de 214 mil cirurgias, enquanto nos dois últimos anos da gestão anterior foram 147 mil. Reabriu três restaurantes populares —fechados pelo governo estadual—, batendo a marca de 3 milhões de refeições servidas até o início de 2019. 

Concluiu a obra de desvio do rio Joana, que acabará com as enchentes na Grande Tijuca. Foram mais de R$ 300 milhões no maior túnel de drenagem urbana do Brasil. Com esforço, o programa Rio+Seguro reduziu a criminalidade em Copacabana e no Leme e, recentemente, chegou à Cidade Universitária, que vive um enorme drama.

Em relação ao primeiro quadrimestre de 2018, o Rio triplicou seus investimentos, passando de R$ 16,9 milhões para R$ 71,4 milhões. Creio ser uma realidade a PPP da iluminação pública, com inteligência agregada, e a iniciativa do autódromo

Sei que há um sentimento forte generalizado no Rio de Janeiro de que estamos muito mal: ainda estamos frustrados, e com razão. Todos os dias somos repetidamente colocados diante de nossas desgraças. Não temos folga, como moradores da mais atual organização das chamadas regiões metropolitanas. Temos até lei. O Rio não nasceu para viver afundado, e os cariocas, nascidos ou adotados, têm consciência disso. Tenho convicção de que estamos no caminho certo para nos encontrar novamente com a nossa gloriosa história.

Se não bastasse, a despeito da nossa falta de auto estima, fomos nominados a primeira capital mundial da arquitetura. Com o título recebido no dia 17 de janeiro, somos responsáveis pela realização do Congresso Mundial da União Internacional dos Arquitetos, em 2020.

Mas essa bandeira chega no momento em que o governo do estado realiza a sua primeira e mais importante reunião na integração de todos os 22 municípios que formam a sua região metropolitana. O Rio tem tudo para liderar esse novo ente que nos chega, com a missão de ter transparência total e a obrigação de revelar a verdade para nossos cidadãos. 

Como o momento de 2020 pode ser a chegada da esperada decretação de mais Brasil e menos Brasília, o papel do Rio tem que ir muito além. Tem que combinar com o bicentenário da independência do Brasil e os 30 anos de realização da Rio 92. É aqui que o Brasil fez e fará suas mudanças mais importantes.

Paulo Manoel Protasio

Presidente do Conselho da Fomenta Rio (Agência de Fomento do Município do Rio de Janeiro)

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