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Contagem regressiva

Fiasco em nova tentativa de formar governo pode levar Israel a 3ª eleição

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Benny Gantz, que deve tentar formar um novo governo em Israel - Ronen Zvulun/Reuters
 

Benny Gantz, o ex-chefe do Estado Maior das Forças Armadas de Israel convertido em político centrista, recebeu na quarta-feira (23) do presidente Reuven Rivlin a incumbência de tentar formar um governo. Será o começo do fim para o premiê Binyamin Netanyahu, que ocupa o cargo desde 2009?

A situação de Netanyahu, que em julho se tornou o premiê mais duradouro de Israel, não se mostra nada confortável. Mas ele já demonstrou no passado notável capacidade de escapar de situações de aparente xeque-mate, o que desencoraja prognósticos definitivos.
 

Gantz e Bibi, como é conhecido o governante, já se enfrentaram em duas eleições neste ano, ambas não muito conclusivas.

Na mais recente, em setembro, o partido do ex-comandante obteve um voto a mais do que o do primeiro-ministro. Entretanto, como a composição de forças no Parlamento parecia mais favorável ao segundo, o presidente deu a ele a primeira oportunidade de tentar formar uma coalizão que juntasse 61 dos 120 parlamentares. 

Não conseguiu, e modo agora cabe ao oponente tentar a empreitada.

Para obter sucesso na menos improvável das coalizões, Gantz teria de fazer com que Avigdor Lieberman, do partido ultranacionalista Israel Beitenu, que rompeu com Netanyahu, aceitasse governar em consórcio com os partidos árabes, que nunca participaram de nenhuma coalizão, e os de esquerda —o que seria quase um milagre.

Mesmo que ocorra, o consórcio resultaria numa administração altamente instável. A possibilidade mais lógica, dado o impasse, teria sido a formação de um governo de união nacional, no qual o partido Azul e Branco, de Gantz, e o Likud, de Netanyahu, dividiriam o poder, com rodízio no cargo de premiê.

Gantz, no entanto, descartou essa possibilidade com o argumento de que o rival está prestes a ser denunciado por corrupção pelo Ministério Público israelense.

Resta agora pouco menos de um mês para a montagem de um governo. Se não houver avanço, Rivlin poderá incumbir o próprio Parlamento de encontrar uma solução. Persistindo a indefinição, os israelenses seriam chamados às urnas pela terceira vez no ano, sem que haja indicações de um resultado muito diferente dos anteriores.

O parlamentarismo israelense não é o único em tempos recentes a ver-se num aparente beco sem saída. A Espanha e a Bélgica vivem situações semelhantes, em que a dificuldade para formar governos parece ter-se tornado crônica.

editoriais@grupofolha.com.br

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