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Domingos Dissei

Inovação tecnológica na pavimentação urbana

Varredura a laser permite rapidez e economia no recapeamento

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Em busca de transparência, da melhor relação custo-benefício e para verificar se a Prefeitura de São Paulo pagou pelo que comprou, o Tribunal de Contas do Município de São Paulo (TCM-SP) tem utilizado drones para constatar o real estágio de obras, exames laboratoriais para controle de alimentos servidos nas creches e para aferir a qualidade dos uniformes escolares, além de ensaios tecnológicos para controle dos serviços de manutenção do pavimento asfáltico.

Desde 2016, pelo Grupo de Estudos sobre Pavimentação da sua Escola de Contas, o tribunal também vem analisando os benefícios da varredura a laser do pavimento e as vantagens dessa inovação tecnológica, sobretudo quanto à economia que proporciona.

O conselheiro Domingos Dissei, do Tribunal de Contas do Município de São Paulo - Diego Padgurschi - 11.dez.10/Folhapress

Considerando a extensa malha viária da cidade de São Paulo, com cerca de 17 mil km de vias pavimentadas, movimentação de 5 milhões de veículos por dia e surgimento de, em média, 30 mil buracos por mês, impõe-se um sistema de gestão para conservação e manutenção do pavimento asfáltico e das condições seguras de trafegabilidade.

Patrimônio urbano essencial para a vida da metrópole, o sistema viário paulistano consome em torno de R$ 500 milhões anuais para sua manutenção. Ao longo dos anos, tem-se priorizado operações emergenciais de tapa-buracos e, só recentemente, maiores investimentos em recapeamento.

Utilizada em vários países e por concessionárias de rodovias no Brasil, a varredura a laser permite, com celeridade e baixa interferência no intenso tráfego, análise prévia e precisa das irregularidades superficiais do pavimento, podendo ser complementada pelo levantamento estrutural de deflexões. Informações sobre defeitos e desgastes da superfície do leito carroçável são totalmente coletadas por veículos com scanners a laser, que as registram em um banco de dados, auxiliando tanto na prevenção quanto no planejamento da manutenção do pavimento, além de propiciarem comparação do resultado final da intervenção com o inicialmente programado-contratado.

A varredura a laser fornece informações e indica a melhor forma de intervenção no pavimento para manutenção preventiva, como, por exemplo, sela trinca, selante e microrrevestimento asfáltico com polímeros —ou o serviço de recapeamento somente onde for necessário. 

Tome-se recente exemplo da avenida Morumbi (zona sul), em que, de 8 km de extensão avaliados, somente 1,8 km precisava ser necessariamente recapeado. O diagnóstico das condições do pavimento feito com a tecnologia proporcionou, nessa intervenção, 60% de economia ao erário.

Levando-se em conta que nos últimos anos foram realizados, em média, 12 km por mês de recapeamento das vias urbanas paulistanas, ou seja, 144 km por ano, tem-se 600 km em uma gestão. A utilização de novas tecnologias vai proporcionar, com os mesmos recursos, a manutenção e a recuperação de 50 km por mês da malha viária, 600 km por ano e 2.400 km a cada quatro anos de governo; ou seja, quatro vezes mais de área recuperada-mantida.

Nessa perspectiva de obtenção da melhor relação custo-benefício para os cofres públicos, o TCM-SP estuda propositura de resolução dispondo que, em licitações sobre pavimentação, a administração municipal considere análises provindas da varredura a laser.

Domingos Dissei

Conselheiro do Tribunal de Contas do Município de São Paulo

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