Descrição de chapéu

Verão sem canudo

Oito estados já proíbem o acessório de plástico, mas é preciso fazer mais

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Padaria de São Paulo oferece canudos descartáveis - Rivaldo Gomes/Folhapress,

O verão de 2019-2020 deve ser o primeiro em que muitos brasileiros se depararão com a proibição de algo que antes era inseparável dos refrescos da estação mais quente: o canudinho de plástico.

Levantamento da Folha mostrou que oito estados e o Distrito Federal baniram o acessório em pouco mais de um ano. Em 17 dos 18 outros estados há projetos de lei em tramitação para tanto.

Diversos municípios também tomaram a iniciativa de proibir os canudos: 80 cidades têm regras nesse sentido, segundo a organização não governamental WWF.

Ambientalistas chamam a atenção para a poluição dos mares por plásticos há décadas, mas a luta contra os canudinhos em particular ganhou especial velocidade a partir de 2015, quando viralizou um vídeo feito por uma bióloga de uma tartaruga com uma dessas peças de plástico no nariz.

Se leis não bastam para que os canudos sumam magicamente de restaurantes, bares, quiosques e padarias —a fiscalização da proibição no Rio de Janeiro, por exemplo, é deficitária, como mostrou reportagem da Folha—, os textos dos projetos acompanham um aumento da conscientização de parte dos brasileiros sobre o tema.

Muitos já perceberam que não é grande sacrifício usar acessórios de papel, de metal ou mesmo de materiais naturais; ou simplesmente dispensá-los e tomar seu líquido direto do copo. Usados por poucos minutos, os canudos raramente são reciclados e podem demorar centenas de anos a se decompor.

Mudança de comportamento similar aconteceu com as sacolinhas descartáveis plásticas há alguns anos.

Obrigados por lei, mercados e outros estabelecimentos começaram a cobrar por elas. Depois da onda inicial de reclamações, muitos consumidores passaram a levar consigo às lojas suas sacolas retornáveis, caixas ou carrinhos de compras, sem grandes dificuldades.

Ainda que sejam positivas as investidas contra um ou outro vilão da vez, a humanidade precisa repensar sua relação com o plástico, em especial aquele de uso único, logo descartado.

São necessárias medidas mais drásticas e alterações de hábitos permanentes em todos os países para evitar que o oceano continue a ser tomado por milhões de toneladas de copos, pratos, sacolas, garrafas, brinquedos e tantos outros badulaques não biodegradáveis todos os anos.

editoriais@grupofolha.com.br

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