Não há por que se surpreender, muito menos alarmar-se, com a confirmação do primeiro caso da síndrome respiratória covid-19 no Brasil. A chegada do novo coronavírus ao país era decerto previsível, num mundo tão interconectado e móvel quanto o de hoje.
Espera-se que nos próximos dias a Organização Mundial da Saúde (OMS) declare que há uma pandemia em curso. Esta se define pela transmissão sustentada do vírus em mais de uma região do globo, e isso já ocorre na Ásia e na Europa.
Em solo europeu, mais visitado por viajantes brasileiros que a China, o foco principal se encontra na Itália. Contam-se ali mais de 320 infectados e uma dúzia de mortes. O paciente paulista cuja enfermidade se confirmou tinha voltado de lá na sexta-feira (21).
A OMS informa que o número de casos novos fora da nação asiática já supera o de diagnósticos chineses, sinal de que medidas drásticas de Pequim parecem começar a surtir efeito. Outra notícia auspiciosa: uma empresa dos Estados Unidos anunciou uma vacina, que, no entanto, só deverá estar disponível em 12 a 18 meses.
Mesmo sem surpresa nem alarme, prevenir é dever de todos, Estado e população. O governo paulista montou um comitê de emergência e o pôs sob comando de David Uip, infectologista com experiência administrativa (foi secretário da Saúde no estado), que será útil na coordenação de hospitais públicos e privados para garantir diagnósticos e isolamentos céleres.
Boa parte do país, como São Paulo, possui sistemas preparados de vigilância, estrutura aperfeiçoada após epidemias de gripe como a do vírus H1N1 em 2009. Esse tipo de influenza matou 589 brasileiros no último inverno.
Uma vez presente no Brasil o vírus CoV-2, cada cidadão tem papel a desempenhar para deter seu avanço, por meio de atitudes simples como lavar as mãos com frequência; cobrir nariz e boca ao tossir e espirrar; só sair de casa, quando manifestar sintomas, para buscar serviços de saúde.
Não menos importante, cada um deve policiar-se para não disseminar a desinformação que começa a campear nas redes sociais. É melhor fiar-se no que dizem as páginas oficiais de órgãos públicos.
O surto de coronavírus deixou de ser uma preocupação só da China para alcançar cerca de 40 países e lançar inquietação sobre seu impacto na população e na economia mundial. Sobriedade e eficiência, não pânico ou autoritarismo, são a resposta para enfrentá-lo.
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