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Doença de Covas e desorganização de siglas criam quadro eleitoral incerto em SP

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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas - Marcelo Pereira - 21.jan.20

Os reflexos da avalanche que levou Jair Bolsonaro ao Planalto ainda são perceptíveis na maior cidade do país, a menos de seis meses do prazo para registro dos candidatos às eleições municipais de outubro.

A indefinição se mostra grande nos dois partidos que se revezaram na administração de São Paulo nos últimos anos —e também entre os grupos que se identificam com as forças vitoriosas na campanha presidencial de 2018.

O prefeito Bruno Covas (PSDB) é candidato à reeleição, mas seu futuro político está amarrado ao tratamento do câncer descoberto no ano passado. Embora os primeiros resultados sejam encorajadores, um prognóstico mais seguro depende de novas avaliações.

O tucano se tornou mais conhecido do eleitorado com a doença e começou a costurar alianças com outras siglas para o lançamento de sua candidatura, mas a incerteza sobre seu estado de saúde impede seus aliados de assumir compromissos firmes a esta altura. 

Principal liderança do partido no estado, o governador João Doria trabalha para emplacar alguém do seu time na chapa —ou lançar um candidato mais alinhado com seus interesses se a doença impedir Covas de participar do pleito.

No PT, já somam sete os postulantes inscritos para as prévias que a legenda planeja realizar no fim de março, mas nenhum deles parece claramente promissor.

Na terça-feira (18), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a candidatura do ex-prefeito Fernando Haddad, que não se inscreveu nas prévias e reluta em concorrer novamente ao cargo, que perdeu para os tucanos em 2016.

Bolsonaro, que recebeu 60% dos votos da capital ao derrotar Haddad no segundo turno da eleição presidencial, afirma que deve manter distância da disputa deste ano diante das chances remotas de registrar a tempo o seu novo partido, a Aliança pelo Brasil.

Entre os que se movimentam para buscar os votos bolsonaristas na cidade desponta o apresentador de televisão José Luiz Datena, que flerta com a política há tempos, aproximou-se do presidente há dois anos e poderá se lançar no páreo dentro de algumas semanas.

Se a indefinição nos partidos tradicionais é consequência da desorganização causada pela ascensão de Bolsonaro, parecem evidentes também os obstáculos que o presidente encontrará se quiser usar sua força eleitoral para dar maior consistência a seu projeto político.

editoriais@grupofolha.com.br

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