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Furou o pneu do trem

Paralisia de linha do Metrô em SP expõe falha de origem em projeto de monotrilho

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Monotrilho da linha 15-prata do Metrô - Rivaldo Gomes/Folhapress

Os usuários do já saturado sistema de transporte público de São Paulo enfrentam há inacreditáveis duas semanas mais um transtorno —a paralisia da linha 15-prata, operada pelo Metrô, que liga a Vila Prudente a São Mateus, ambos na zona leste da capital paulista.

Os 57 mil passageiros que usam esse monotrilho (trem com pneus sobre uma estrutura elevada) diariamente agora têm de seguir por outro trajeto ou usar os ônibus do sistema emergencial Paese, o que significa demora, filas e lotação.

A parada da linha foi causada pelo estouro de um pneu, o que levou uma peça a cair do elevado sobre o qual circula o trem, a cerca de 15 metros de altura, na rua abaixo.

Ainda não se sabe o que causou a falha e há dúvidas sobre a segurança dos comboios. Daí a decisão acertada de paralisar a circulação até que se entenda o que aconteceu.

A demora em retomar os serviços ou explicar o que está ocorrendo, no entanto, é inaceitável. O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, diz que vai cobrar das empresas que construíram a linha (OAS, Queiroz Galvão e Bombardier) pelo prejuízo com a paralisação do modal, estimado em R$ 1 milhão por dia.

Nem ao menos está claro se o problema foi causado pela manutenção dos equipamentos (caso em que a responsabilidade seria do Metrô) ou pela construção. Técnicos vêm analisando os trens parados e os trilhos, mas não se conhecem conclusões até aqui.

Há tempos os usuários relatam transtornos na linha, como trepidação excessiva. Já houve ali outros incidentes graves: em um deles, trens se chocaram; em outro, um terceiro trilho se soltou.

Especialistas questionam o modelo desde seu anúncio pelo então governador José Serra (PSDB), em 2009. Prometida para o ano seguinte, a linha começou a ser testada em 2014 e só começou a circular sem restrições no ano passado.

No restante do mundo, essa modalidade de de monotrilho em geral é utilizada para trajetos curtos e com número de usuários bem mais restrito. Difícil imaginar que o sistema de transporte público paulistano seria capaz de promover uma exceção bem-sucedida.

editoriais@grupofolha.com.br

Erramos: o texto foi alterado

O texto informou de modo impreciso que o monotrilho só é utilizado em trajetos mais curtos e com menos passageiros, quando existem exceções.

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