Nesta segunda (2), os israelenses irão às urnas pela terceira vez em menos de um ano para escolher um novo Parlamento e determinar o próximo primeiro-ministro.
O fato, inédito em 70 anos de história, dá bem a medida da cisão política que paralisa aquele país, incapaz de resolver pelo voto os impasses que atravancam a formação de um governo de maioria estável.
Nos dois pleitos anteriores, realizados em abril e setembro, o direitista Likud, partido de Binyamin Netanyahu, atual primeiro-ministro, elegeu praticamente o mesmo número de parlamentares que o centrista Branco e Azul, capitaneado pelo ex-comandante do Exército Benny Gantz.
Os dois líderes, entretanto, não lograram concretizar, no multipartidário sistema político israelense, uma coalizão que lhes assegurasse mais da metade das 120 cadeiras do Legislativo.
Na votação desta segunda, Gantz e Bibi, como o premiê é conhecido, são novamente os principais contendores. Entretanto o cenário de hoje se apresenta diferente daquele de seis meses atrás.
Há dez anos no poder, Netanyahu sofreu um duro revés no final de novembro ao ser indiciado por corrupção, recebimento de propina, fraude e quebra de confiança —fato que, como seria de esperar, foi bastante explorado pela campanha do adversário.
Meses depois, contudo, Bibi foi regalado pelo presidente americano, Donald Trump, com um novo plano de paz para a região bastante favorável a Israel.
Desde então, o premiê busca convencer os eleitores de que apenas um governo liderado pelo Likud será capaz de estender a soberania sobre os assentamentos judaicos em áreas palestinas, bem como sobre o estratégico vale do Jordão.
Isso, porém, parece ter surtido pouco efeito. As pesquisas mais recentes apontam que tanto Netanyahu como Gantz deverão ter desempenhos muito similares ao dos dois últimos pleitos.
Vai se desenhando, assim, um quadro de resultados novamente inconclusivos —e não será surpresa se os eleitores israelenses, em breve, forem chamados a repetir o mesmo ritual desta segunda.
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