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Mais e melhores testes

Guerra eficiente contra o novo coronavírus depende de massificar diagnósticos

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Homem é submetido a exame da Covid-19 em laboratório na França - Jeff Pachoud/AFP

Testar, testar, testar —recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS) para domar a pandemia do coronavírus. Sem informação em quantidade e qualidade sobre a disseminação da Covid-19, o combate movido por autoridades sanitárias se faz quase às cegas.

A urgência não se resume a conhecer o número correto de infectados com o vírus CoV-2, subestimado por toda parte. A distorção do total de casos, que tira precisão do cálculo de letalidade, resulta da escassez de exames diagnósticos, que cumpre reverter a toque de caixa.

O Brasil está atrasado nessa frente, mas seria agora ocioso debater o que se deixou de fazer. Todas as energias precisam voltar-se a expandir de modo heroico a testagem, e a pasta da Saúde aparenta estar consciente do imperativo.

Em dias ou semanas os hospitais verão ser inundados com pacientes em estado grave. De passo com a escalada, o risco de contaminação de profissionais de saúde também se multiplica exponencialmente.
Identificar quais deles são portadores do CoV-2 vai se mostrar decisivo para definir quem deve afastar-se e quem pode continuar trabalhando sem ameaça para a própria saúde e a dos circundantes.

Há dois tipos de exame. O genético, RT-PCR, mais preciso por detectar o vírus, é demorado e custoso. O imunológico, que procura por anticorpos no possível infectado, dá resposta em minutos, mas só serve para aplicação após cinco dias, quando a reação do sistema imune passa a ser detectável.

O primeiro tipo seguirá como padrão-ouro de diagnóstico, crucial para a prática clínica. O segundo constituirá o veículo da massificação apontada como um dos fatores no relativo sucesso de países asiáticos contra a Covid-19.

O Ministério da Saúde anunciou a compra de quase 23 milhões de sistemas e kits dos dois tipos —a conferir. A cifra sobe a cada dia, suscitando algum ceticismo quanto à sua capacidade de cumprir a promessa e organizar a distribuição. Cumpre ainda, é necessário lembrar, providenciar mais máscaras e ventiladores para UTIs.

O governo paulista também agiu certo ao organizar rede de 17 laboratórios no estado para realizar 2.000 testes RT-PCR por dia. Urge replicar iniciativas assim pelos vários centros de excelência em pesquisa biomédica do país.

editoriais@grupofolha.com.br

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