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O medo da 2ª onda

Brasil precisa aprender com outros países para evitar nova escalada de Covid-19

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Movimentação na rua General Glicério, em Santo André (SP), após a autorização da prefeitura para reabrir o comércio - Rivaldo Gomes/Folhapress

Nascedouro da Covid-19 e um dos primeiros países a conter a epidemia, a China se esforça agora para evitar nova escalada de contágios.

A chamada segunda onda se caracteriza pelo retorno da infecção em novos grupos populacionais após uma queda sustentada de casos. Em pandemias do passado, lembrou recentemente a Organização Mundial da Saúde, vagas de contaminação se distribuíram ao longo de vários meses.

Para tentar impedir que isso ocorra, a potência asiática armou uma operação mastodôntica depois que a capital, Pequim, registrou quase uma centena de novos casos na última semana.

Cerca de 100 mil especialistas em epidemias foram mandados a campo para para monitorar 7.200 áreas residenciais. Até segunda (15), ao menos 21 delas haviam sido colocadas sob confinamento --todas localizadas nos arredores do maior mercado atacadista de alimentos da Ásia, que as autoridades suspeitam ser a origem do surto.

Além disso, a capital chinesa também fechou escolas, instalou postos de segurança e iniciou uma operação de testagem em massa.

Temores como esse vêm se disseminando pelo planeta à medida que países vão reabrindo suas economias. Na semana passada, os mercados de ações apresentaram quedas expressivas após um rápido crescimento de casos ter sido registrado em alguns estados americanos, na esteira do afrouxamento das medidas de quarentena.

Embora sejam consideráveis os riscos de uma segunda onda global da doença, como vêm advertindo as autoridades sanitárias, restam muitas incógnitas acerca de como, quando e com qual intensidade ela poderia se dar.

Enquanto diversos locais observaram uma alta imediata de casos e hospitalizações assim que as restrições foram amainadas, outros, como o estado de Nova York e a Bélgica, vêm mantendo agora indicadores relativamente baixos.

Em qualquer hipótese, há medidas que podem ser tomadas para evitar ou, quando menos, atenuar uma segunda onda --e o uso de máscaras é uma das principais.

Estudo realizado na Universidade de Cambridge indica que as proteções faciais, quando utilizadas por um percentual alto da população, podem desempenhar papel crucial no controle da epidemia.

Atingido depois de Ásia, Europa e EUA, o Brasil atravessa ainda a primeira onda da epidemia. Terá, pois, nova oportunidade de aprender com a experiência internacional. Que não a desperdice.

editoriais@grupofolha.com.br

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