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Trump em baixa

Republicano vê queda de aprovação após atuação vil contra pandemia e protestos

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O presidente dos EUA, Donald Trump, na Casa Branca - Kevin Lamarque/Reuters

Enredado em múltiplas crises e a menos de cinco meses da disputa pela reeleição, o presidente dos EUA, Donald Trump, vive um dos piores momentos de seu mandato. A imagem do republicano vai se deteriorando, com reflexos inevitáveis em suas chances eleitorais.

Sinal eloquente desse declínio veio à tona na quarta (10), quando uma pesquisa do Instituto Gallup mostrou que a popularidade do mandatário contraiu-se em dez pontos, com queda até nos nichos considerados mais fiéis a ele.

Até então, Trump vinha ostentando uma aprovação de 49%, um dos melhores índices já obtidos por ele e próximo do nível de aprovação associado, nos EUA, à recondução de presidentes no cargo.

Sua base de apoio começou a ruir, porém, diante da condução desastrosa adotada na pandemia do novo coronavírus, que já ceifou a vida de mais de 110 mil americanos.

Assim como Jair Bolsonaro, seu imitador brasileiro, Trump manteve um estado de negação acerca da doença até mesmo quando ela já devastava o país. Buscou encobrir sua incompetência propagandeando soluções mágicas, como a famigerada hidroxicloroquina, e abrindo guerra contra a Organização Mundial da Saúde.

O desgaste ampliou-se quando as ruas dos EUA foram tomadas pelos protestos mais expressivos desde a campanha pelos direitos civis, na década de 1960.

Diante da indignação coletiva com a morte brutal de George Floyd pela polícia de Minneapolis, Trump ameaçou seus concidadãos com tiros, pressionou governadores para que sufocassem os atos e ainda propôs empregar o Exército para tal tarefa.

Na semana passada, o republicano ordenou que a polícia dispersasse com bombas uma manifestação pacífica, apenas para que pudesse caminhar rumo a uma igreja posar para fotos com a Bíblia na mão.

Em atitude elogiável —e que deveria servir de exemplo para os congêneres brasileiros—, o general Mark Milley, maior autoridade militar do país, pediu desculpas públicas por participar da presepada.

Acrescente-se ao desgaste um cenário de crise econômica, resultante da pandemia, que elevou o desemprego ao recorde de 13%.

Com a queda de Trump, Biden ampliou sua vantagem nas pesquisas para 11 pontos, embora o número deva ser matizado pelas peculiaridades do sistema americano, via Colégio Eleitoral.

Se é verdade que muitas águas rolarão até novembro, também é certo que um caminho que antes parecia tranquilo para Trump hoje se apresenta tempestuoso..

editoriais@grupofolha.com.br

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