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Abrir os parques

Não faz sentido manter fechados nos fins de semana os espaços de lazer

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Idoso caminha no parque Ibirapuera na quinta-feira (20)
Idoso caminha no parque Ibirapuera na quinta-feira (20) - Rubens Cavallari/Folhapress

Brasil afora, estados e municípios não vêm primando por agir segundo as recomendações da ciência ao afrouxar as medidas de restrição social, e mesmo locais que adotaram critérios racionais para balizar esse processo fornecem exemplos de incoerência e casuísmo, como se vê na cidade de São Paulo.

Com a melhora de seus indicadores, a capital adentrou há pouco mais de um mês a fase amarela do plano estadual de reabertura —a terceira na escala de cinco que vai do vermelho (pior) ao azul (melhor) na evolução da epidemia.

Desde então, as mais diversas atividades econômicas, bem como o acesso aos espaços de lazer, vêm sendo paulatinamente normalizados. Com relação aos últimos, destacam-se os mais de cem parques paulistanos, por seus benefícios para a saúde física e mental da população confinada.

Fechados por quase quatro meses, esses locais começaram a reabrir no mês passado, com restrições de horário, de dias de funcionamento e de atividades permitidas, além de limite de visitantes e uso obrigatório de máscaras.

Deu-se novo passo nesta segunda (24), quando 70 parques passaram a operar em seus horários normais, respeitadas as demais condições.

Soa no mínimo desarrazoada, no entanto, a decisão do prefeito Bruno Covas (PSDB) de permitir o funcionamento deles durante a semana, mas vedá-lo aos sábados e domingos, quando a população tem mais chances de usufruí-los para passeio e exercício.

A perplexidade aumenta quando se constata que estabelecimentos comerciais e shopping centers já podem funcionar 8 horas por dia, inclusive nos fins de semana.

Há hoje consenso entre especialistas sobre o tipo de ambiente mais propício à transmissão do Sars-CoV-2: locais fechados, mal ventilados ou com sistemas de condicionamento de ar que mantêm em suspensão partículas expelidas por frequentadores contaminados, caso de shoppings e lojas.

Os parques, embora não isentos de risco, favorecem a dispersão do patógeno, por serem abertos e arejados. Além de mais seguros, constituem opção importante para o lazer e a socialização dos mais jovens, privados do convívio escolar.

Covas justifica a restrição como medida para evitar aglomerações. Mas o prefeito decerto sabe que uma gestão competente dos parques é capaz de controlar a entrada de visitantes, orientá-los e, na medida do possível, fiscalizá-los.

editoriais@grupofolha.com.br

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