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James Ackel

Governo quer criar o 'imposto-camisinha'

Nova cobrança acoberta a pouca competência do governo em gerir a economia

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James Ackel

Jornalista e ex-conselheiro da ABI (Associação Brasileira de Imprensa)

Pensei muito antes de escrever sobre este novo (?) imposto que o governo Jair quer criar para arrecadar, pelas ideias dele, entre R$ 120 bilhões e R$ 240 bilhões. Mas acredito que os leitores saberão que não quero ofender a quem quer que seja.

E, neste momento de debate, não posso deixar de comparar o imposto que querem criar com a famosa camisinha. Assim como a camisinha acoberta alguma coisa, este imposto também não deixa de acobertar.

O imposto-camisinha encobre ou acoberta a pouca competência do ministro da Economia em gerar a economia de um país que precisa de empregos. E são os empregos novos que deveriam gerar novos impostos e desenvolvimento da economia.

O imposto-camisinha vai acabar invadindo as camadas indefesas da população, desde a classe média até os de poucas poupanças.

Aliás, permito um anexo aqui para não deixar de lembrar que o governo Jair literalmente acabou com a poupança da classe média (e das classe C e D) ao permitir que a caderneta de poupança pagasse menos que a inflação.

Isto é uma barbárie inominável contra os trabalhadores que não jogam na Bolsa nem em cassinos e tinham na caderneta de poupança sua garantia de preservar economias. Eu não poderia deixar de citar esse ato insano e de verdadeiro ataque contra a poupança popular.

Vamos lá de novo para o Imposto-Camisinha, agora em letras maiúsculas, para dar nobreza ao preservativo, já que o imposto será mais uma barbárie financeira cometida por este governo Jair contra o povo.

Pois é, minha gente, a camisinha durante seu uso pode encher e até explodir. No caso das alcovas, onde é utilizada, ao explodir acaba por inundar os meandros e entranhas de outrem. No caso, o outrem passivo.

No Imposto-Camisinha, disseram ser 0,2% e depois 0,4% (e quem sabe 0,8%).

Dizer que vão isentar de impostos os salários mínimos nas folhas de pagamento deve ser alguma piada criada por financistas que sabem pegar dinheiro de outrem, mas em tempo algum se preocuparam um dia em criar um bem durável para o povo e tentar vendê-lo no mercado, pagar impostos e aluguéis —e tentar depois descansar a cabeça no travesseiro, já pensando que amanhã terá de fazer tudo outra vez.

Um povo que elegeu Jair, sim, mas que logo depois se assustou quando teve sua aposentadoria destroçada no primeiro ato troglodita do governo, numa cópia mal-ajambrada do que fizeram no Chile no passado e que está gerando uma leva de aposentados infelizes.

Quando a camisinha do imposto estourar, já sabemos nos meandros de quem vai acabar.

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