É indignante e revoltante deparar com a reportagem sob o título “Com curiosos e peladões, festas virtuais têm sequestro falso e xixi em taça de cristal”, publicada nesta Folha em 16 de julho de 2020.
É compreensível que a Folha reconheça o direito à liberdade própria de cada pessoa viver sua sexualidade e de expressá-la coletivamente, o que, no caso específico, remete a uma orgia. Mas é incompreensível por que a Folha associou a Polícia Militar de Minas Gerais (PM-MG) a esta orgia.
Qual seria a intenção da Folha? Seria bom ela se explicar. Muito embora tenha usado uma figura humana sem identidade, sua indumentária é exatamente a farda e as insígnias da Polícia Militar de Minas Gerais. Ali, naquela orgia, sugere estar a Policia Militar de Minas Gerais e, por consequência, todos os seus integrantes se viram achincalhados e vilipendiados naquela cena repugnante. Não há nenhum cidadão mineiro que não reconheça naquela imagem a instituição PM-MG, retratada pelo soldado.
Não faço juízo de valor ideológico, artístico, religioso ou moral desta reportagem. No entanto, sob qualquer ângulo, a ilustração sugere irresponsabilidade e descompromisso da PM-MG para com a sociedade.
A PM-MG tem exercido seu papel constitucional com muita responsabilidade e profissionalismo. Seus soldados não se acovardam diante da criminalidade violenta e dos criminosos covardes. Minas Gerais vive um dos menores índices de letalidade policial e um dos mais baixos de criminalidade violenta.
Apesar da pandemia, a PM está presente nos 853 municípios e em mais de 300 distritos, sendo a única instituição do estado ao alcance do cidadão 24 horas por dia. Ser policial militar nunca foi fácil. De seus integrantes são exigidos dedicação em tempo integral e submissão às rigorosas legislações militares. A eles são proibidas a sindicalização, a greve e a filiação partidária. No entanto, é a polícia ao alcance de todo cidadão. É à PM-MG que o mineiro confia sua vida, sua liberdade e seu patrimônio.
O direito à liberdade de expressão e de opinião de todo indivíduo e, de forma especial, das empresas de comunicação, há de ser arduamente defendido. No entanto, em nenhuma hipótese pode ser aceitável se utilizar das prerrogativas constitucionais da liberdade de expressão e de opinião para vilipendiar, gratuitamente, uma instituição de Estado como a Polícia Militar de Minas Gerais e seus quase 100 mil integrantes, que se revoltaram e se indignaram diante da referida publicação.
Que a Folha apresente a PM-MG como ela é: com imperfeições, sim, mas como a instituição de Estado com os maiores índices de confiança pela sociedade, com seus homens e mulheres profissionais, responsáveis, corajosos e destemidos —e que mesmo com o sacrifício da própria vida cumprem o seu dever.
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