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Retorno com segurança

Plano paulista de volta às aulas pode ser teste para uma retomada definitiva

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Creche improvisada no colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi, para os filhos de funcionários do hospital Albert Einstein
Creche improvisada no colégio Miguel de Cervantes, no Morumbi, para os filhos de funcionários do hospital Albert Einstein - Zanone Fraissat - 1.abr.20/Folhapress

Quase seis meses após a Organização Mundial da Saúde ter declarado o início da pandemia de Covid-19, ainda não há resposta peremptória a uma das questões mais prementes e relevantes relacionadas à calamidade sanitária: o retorno das atividades escolares.

Mundo afora, tentativas bem-sucedidas, caso de Dinamarca, Alemanha e outras nações europeias, são contrabalançadas por malogros como os de Israel e de algumas regiões da França e dos EUA. Tampouco existe certeza sobre o papel dos mais jovens nas cadeias de transmissão do novo coronavírus.

A despeito da falta de evidências que permitam sustentar uma posição cabal sobre o tema, vêm se formando alguns consensos que deveriam ser consideradas por qualquer gestor envolvido com a questão.

O plano do estado de São Paulo, cujos detalhes foram publicados nesta terça (1º), felizmente parece cumprir a maior parte deles.

A partir do dia 8 de setembro, estabelecimentos públicos e privados poderão retomar, de forma experimental, atividades não curriculares, como reforço e recuperação, acolhimento emocional, plantão de dúvidas e orientação de estudos.

Essa possibilidade dependerá, em primeiro lugar, de condições epidemiológicas favoráveis. Assim, apenas municípios que estejam há pelo menos 28 dias na classificação amarela, a terceira numa escala de cinco no índice de evolução da Covid-19, estarão aptos ao retorno.

Ademais, as turmas serão bastante reduzidas, e os estabelecimentos de ensino deverão seguir os protocolos de saúde, como distanciamento de 1,5 metro, uso de máscara e distribuição de álcool em gel.

Corretamente, educadores e outros profissionais pertencentes aos grupos de risco serão poupados, a não ser que não queiram, de frequentar as atividades presenciais. Também será facultado aos pais a decisão de enviar ou não os filhos, medida justa para proteger lares em que vivam pessoas com comorbidades como diabetes e hipertensão.

O longo período fora das escolas acarreta muitos prejuízos, sobretudo aos mais carentes. Cálculo de grupo ligado à Rede de Pesquisa Solidária estima que alunos entre os 20% mais pobres sofrerão perdas de até 87% do aprendizado de um ano normal.

A volta às aulas, assim, se afigura fundamental, mas é preciso fazê-la com segurança. Se bem conduzido, o plano paulista poderá representar um período importante de testes para o retorno definitivo, planejado para o próximo mês.

editoriais@grupofolha.com.br

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