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Filipe Sabará

Fui expulso do Novo com alegações falsas e denúncias descabidas

Meu propósito de melhorar a vida das pessoas continua firme e forte

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Filipe Sabará

Empresário, filantropo e palestrante, é fundador da ARCAH, entidade que desenvolve unidades da Horta Social Urbana em espaços ociosos da capital paulista

Neto de um mineiro empreendedor que veio para a cidade de São Paulo construir o que mais tarde se tornou o Grupo Sabará, empresa da minha família, tive uma infância privilegiada e com muitas oportunidades.

Juntamente com meus dois irmãos, Samuel e André, estudei em casa no modelo homeschooling até os 11 anos de idade. Era matriculado numa escola dos EUA —A Beka Book—, sob a supervisão da minha mãe, Maria, que é educadora, e com a ajuda de outros professores e total apoio do meu pai, Ulisses.

Durante esse período tive a oportunidade de morar em uma propriedade rural no interior de São Paulo, entre as cidades de Ibiúna e São Roque, onde vivi experiências incríveis em meio à natureza. Aprendi a tirar leite de vaca, construí casa em árvore, persegui macacos e joguei muita bola.

De volta a São Paulo, aos 12 anos, já na escola tradicional, passava os fins de semana entre a igreja protestante e o trabalho voluntário. Aos 16 anos dava aulas gratuitas de inglês para atletas carentes do Centro Olímpico de São Paulo. Acompanhei alguns desses esportistas conseguirem patrocínio por causa dessa ferramenta e aprendi que oferecer oportunidades é a melhor doação que se pode fazer a alguém.

Durante muitas madrugadas andei pelas ruas do centro de São Paulo para conversar com pessoas em situação de vulnerabilidade. Percebi ali que a principal demanda dessas pessoas é o trabalho e a renda. Iniciei, então, o projeto que mais para frente se tornou o instituto que fundei, a Arcah —Associação de Resgate à Cidadania por Amor à Humanidade, ONG que se tornou referência no atendimento à população em situação de rua de São Paulo. Seu principal projeto, o Horta Social Urbana, gera empregos para pessoas acolhidas das ruas e da cracolândia, plantando alimentos orgânicos em terrenos vazios, depois vendidos em supermercados e restaurantes.

Aos 17 anos comecei a trabalhar na Beraca, empresa da família que desenvolve insumos sustentáveis promovendo renda para a população ribeirinha da Amazônia, proporcionando alternativa à madeira e evitando que milhares de hectares sejam desmatados.

Foram 12 anos trabalhando nos negócios familiares. Após esse período, decidi empreender criando a Reload, empresa de cosméticos sustentáveis que atualmente reutiliza garrafas PET descartadas como embalagens para os produtos.

No campo acadêmico, entre o trabalho e o voluntariado, cursei um semestre de relações internacionais na Faap, migrei para o curso de comércio exterior na Unip, depois para o Centro Universitário Ibero-Americano e, por fim, formei-me em tecnólogo em marketing na Faculdade de São Paulo.

Por causa do trabalho na Arcah, fui convidado, em 2017, para ser secretário de Assistência e Desenvolvimento Social na Prefeitura de São Paulo. Na pasta, implementei o programa Trabalho Novo, que em apenas um ano gerou mais de 3.000 empregos para pessoas acolhidas das ruas, em mais de 190 empresas privadas, entre elas o McDonald’s.

Fui criador também de 18 CTAs (Centros Temporários de Acolhimento) para a população de rua, 100% financiados pela iniciativa privada —sem nenhum custo público—, com canil para acolher cães dos moradores, local para estacionamento de carroças e espaços de treinamentos. Fiquei no cargo de janeiro de 2017 até novembro de 2018.

Em 2019 fui convidado para presidir o Fundo Social do estado de São Paulo, órgão de filantropia, onde criei o programa Praça da Cidadania, com espaços de lazer e qualificação profissional dentro de comunidades carentes. Fui idealizador também da São Paulo Mais Humana, plataforma digital que conecta ONGs a doadores por região, causa e disponibilidade.

Sempre digo que meu propósito de vida é ser relevante para o bem e entendi que sendo prefeito poderia fazer ainda mais pelas pessoas que precisam. Foi, então, que decidi concorrer à Prefeitura de São Paulo pelo partido ao qual era filiado, o Novo.

Após participar com mais de 70 pessoas de um processo seletivo, construir um plano de governo robusto e ter sido aprovado em convenção, desavenças ideológicas com o partido me atrapalharam, infelizmente. Fui expulso com alegações falsas e denúncias descabidas.

Para muitos, uma derrota. Para mim, apenas uma porta que se fechou e um desvio de rota que aconteceu. Meu propósito de melhorar a vida da maior quantidade de pessoas possível continua firme e forte.

O trabalho do bem não pode e não vai parar.

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