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Ideias e nomes

Folha preferirá o debate crítico e plural, sem atrelar-se a partidos e governos

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Leitores visitam a Folha em 2018 - Gabriel Cabral - 11.dez.18

Em consonância com a proposta de um jornalismo crítico, apartidário e pluralista, esta Folha não endossa grupos políticos ou candidaturas, tradição que se manterá inalterada no pleito municipal deste ano. Em tempos de polarização ideológica e patrulhas estridentes nas redes sociais, cabe revisitar os fundamentos dessa escolha.

Outros veículos de imprensa, como se sabe, fazem recomendações de voto aos leitores. Em exemplo notório e recente, o diário The New York Times declarou apoio ao democrata Joe Biden na corrida à Casa Branca; trata-se de posição legítima e amparada pelo direito inegociável à liberdade de expressão.

Este jornal, no entanto, opta por manter-se desatrelado de legendas e governos. Entende que assim desempenhará com maiores desenvoltura e credibilidade o papel de registrar e escrutinar a conduta do poder —quaisquer que sejam as forças instaladas no Estado.

O exercício intransigente da crítica não raro é errônea ou interessadamente tomado por atitude persecutória, como alegam setores bolsonaristas e petistas, entre outros grupos militantes. Todavia a Folha, sem desconhecer eventuais equívocos e excessos que deve corrigir com transparência, não faz nem fez oposição.

Defende, sim, princípios —democracia, Estado de Direito, liberdades individuais, economia de mercado— e as políticas públicas que entende serem as mais adequadas, independentemente da administração que as conduz.

Tampouco se deve confundir apartidarismo com neutralidade. As diferenças percebidas entre candidatos e entre governos, incluindo seus aspectos mais deletérios, devem ser apontadas, sem deixar de respeitar a opção dos eleitores.

É o que se dá no caso do presidente Jair Bolsonaro e de seu flerte inaceitável com teses autoritárias, denunciado desde antes da campanha eleitoral. A excepcionalidade de sua gestão também se reflete na defesa da saída de ministros, prática rara na história do jornal.

Advogou-se neste ano a demissão de Abraham Weintraub, que já deixou o MEC após ataques golpistas ao Supremo, e de Ricardo Salles, como passo inescapável para reverter a devastação patrocinada na pasta do Meio Ambiente. É lamentável que providências dessa ordem precisem ser cobradas em tão curto período de tempo.

Este jornal continuará a preferir o debate de ideias ao de nomes, sem omitir-se diante de atitudes contrárias aos valores que abraça —e sem sonegar espaço ao outro lado. Espera, com isso, servir a leitores de todas as preferências.

editoriais@grupofolha.com.br

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