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O nó das creches

A despeito da redução das filas, primeira infância é desafio para prefeito de SP

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Aula em creche paulistana - Zanone Fraissat - 10.out.18/Folhapress

Na capital paulista, a garantia do atendimento em creches pelo sistema educacional tem desafiado sucessivas gestões. Trata-se de tema que merece primazia nos debates desta eleição municipal.

Sabe-se hoje, com sólida evidência, que a atenção à primeira infância tem papel decisivo no processo de aprendizado e para a redução da desigualdade. Na maior e mais rica metrópole do país, há carências históricas a sanar, como mostrou reportagem da série “Os nós de São Paulo”, publicada pela Folha.

Em 2024, quando acaba o próximo mandato na prefeitura, vence o prazo estipulado em lei municipal para que a oferta de vagas alcance 75% das crianças de zero a três anos que solicitarem matrícula.

É fato que o município tem feito progressos nesse terreno. A capital já cumpriu em 2018 a meta do Plano Nacional de Educação que fixou o atendimento de 50% das crianças em creches até 2024.

Novas vagas continuaram a ser abertas desde então, mas a defasagem ainda se mostra preocupante e afeta a vida de milhares de famílias —em especial nas áreas mais vulneráveis da cidade.

A pandemia tornou o problema mais premente, uma vez que se observa aumento do fluxo de alunos que deixam a escola privada em busca da rede pública, um dos efeitos do empobrecimento das famílias que se agravou neste ano.

Hoje, de acordo com o MEC, 63% dos meninos e meninas de zero a três anos estão matriculadas em creches paulistanas, a grande maioria em unidades públicas. A fila, segundo dados municipais de junho, é de 22,7 mil crianças.

Se na média é necessária uma ampliação de cerca de 7% para atender à demanda oficial, em bairros pobres, como Marsilac, o aumento teria de chegar a 20% ou mais.

Em que pesem os esforços do prefeito Bruno Covas (PSDB), parece claro que a próxima gestão, qualquer que seja o vitorioso no pleito, terá muito a fazer. Diante das restrições de tempo e recursos, convênios com a rede privada têm minorado o problema, mas restam dúvidas importantes acerca da qualidade e do alcance dos serviços.

editoriais@grupofolha.com.br

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