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Marcelo Thomé da Silva de Almeida

Os caminhos para uma Amazônia maior

Fórum Mundial Amazônia + 21 aponta para soluções inovadoras e justas

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Marcelo Thomé da Silva de Almeida

Presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia, é coordenador do Fórum Mundial Amazônia + 21, iniciativa com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e de federações das indústrias da Amazônia Legal

Desde a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, em 1992, no Rio de Janeiro, o meio ambiente, os recursos naturais e a urgência pela preservação dos nossos biomas nunca estiveram tão em evidência como agora. A região amazônica está no centro da agenda de debates, nacional e internacionalmente. Isso é fundamental. Para buscarmos as melhores respostas para novas e velhas questões é preciso manter um diálogo aberto e contínuo. Mas queremos sair do campo da opinião, do “eu acho”. E esse vem sendo o exercício que praticamos há meses nos preparativos para o Fórum Mundial Amazônia + 21, que acontecerá em novembro próximo.

O fórum é uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (Fiero), da Agência de Desenvolvimento de Porto Velho e da Prefeitura de Porto Velho, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do governo do estado de Rondônia.

Historicamente, percebemos que qualquer tentativa de discutir o desenvolvimento da Amazônia esbarra em percepções —muitas vezes equivocadas— de que os interesses do país, da indústria e dos investidores são predatórios e ameaçam os recursos naturais da região. Essa resistência inevitavelmente teve —e ainda tem— impactos no crescimento econômico dos nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e na vida das pessoas que vivem aqui. Temos que desconstruir essa imagem de que a Amazônia não pode ser um destino de negócios e investimentos, que não é capaz de gerar e distribuir riqueza para seus mais de 23 milhões de habitantes. Nada mais falso.

Nossa proposta é ajudar a construir caminhos para encontrarmos novas e complementares formas para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, a partir de suas riquezas e de suas vocações. Estamos falando de uma retomada de investimentos sob uma nova visão de desenvolvimento.

Falamos de biociência e bioeconomia, de manejo florestal, de concessões de florestas públicas, de fontes limpas de energia, de títulos verdes, de cadeias inteligentes e responsáveis de produção. Logo, estamos falando de ciência, pesquisa e inovação. De uma Amazônia 4.0, na educação, na indústria, no conhecimento.

O Fórum Mundial Amazônia + 21 aponta caminhos para desenvolvermos iniciativas de governos que incentivem novas trilhas traduzidas em políticas públicas e fomento inteligentes e permanentes, que tragam segurança jurídica, social e ambiental. Estamos falando, portanto, de novos modelos de negócios, de indústrias amazônicas 4.0, de escolas e de melhores modelos de educação, capazes de preparar as mais de 9 milhões de meninas e meninos da região para empregos verdes e para o empreendedorismo sustentável.

Mas estamos mais que falando. Estamos, sobretudo, ouvindo. Autoridades, pesquisadores, lideranças indígenas, empresários do Brasil e do mundo nos dizem: deixar a Amazônia paralisada economicamente não é o caminho para cuidarmos da floresta, dos rios de das pessoas.

Somos 23 milhões de brasileiros, 772 municípios, contamos com excelentes universidades e centros de pesquisa, temos dezenas de exemplos de indústrias com processos e produtos sustentáveis, totalmente aderentes à última geração de sustentabilidade em seus três pilares: econômico, social e ambiental. Temos muito a contar.

Por isso, ao reunir a gente da região, do Brasil e do mundo em prol de uma nova visão para a Amazônia e sua população, o fórum nos traz a certeza de que existem caminhos para uma floresta ainda maior, mais inovadora, justa, conectada e produtiva.

Quem conhece de verdade a Amazônia, ali trabalha e produz, vê sua gente e aprende a partir das muitas formas de conhecimento que dispomos. Somente trazendo para a região o que há de mais excelente no século 21 será possível proteger o bioma, melhorar a vida das pessoas, nos integrarmos ao Brasil e ao mundo a partir do que a Amazônia tem de específico e tem de melhor. Vamos juntos.

TENDÊNCIAS / DEBATES
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