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Retorno sensato

Prefeitura acerta ao reabrir escolas; protocolos de segurança são maior desafio

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Escola reaberta em São Paulo - Rubens Cavallari/Folhapress

Quase um ano letivo inteiro se perdeu em razão da pandemia. Fechar escolas por tanto tempo e prejudicar o aprendizado de milhões de jovens só se tornou aceitável porque a providência se impôs pela prudência —e esta manda agora retroceder de forma organizada.

Meses e meses sem estudar, ou assistindo a aulas improvisadas em telas, abrem um rombo na capacitação de toda uma geração para a vida social e profissional. Os estudantes mais pobres sofrem o prejuízo pedagógico maior, pois dependem de conexões precárias, se é que têm acesso a elas.

Apenas por isso já se pode cumprimentar o município. O prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, anunciou autorização para o funcionamento de escolas a partir de 3 de novembro —embora, inexplicavelmente, não tenha reaberto plenamente os parques.

A permissão vale para as redes municipal, estadual e particular, começando pelo ensino médio, de modo voluntário e com observância de medidas de segurança.

A implementação desses protocolos sanitários, como o uso de máscaras e álcool em gel, será o grande teste de um retorno precavido. Dúvidas sobre a capacidade do poder público de garantir seu cumprimento foram, até aqui, o maior obstáculo para reabrir as salas de aula, quando ainda se conhecia pouco a Covid-19.

Informações importantes vão se acumulando, como as obtidas do censo sorológico providenciado pela prefeitura, que prevê aplicar testes para detectar anticorpos contra o coronavírus Sars-CoV-2 em todos os alunos e profissionais.

Entre os 65,4 mil examinados, constatou-se que 13% haviam sido contaminados, dois terços dos quais adolescentes ou crianças.

Pesquisas realizadas em países que retomaram as aulas indicam ser baixo e administrável o risco de infecção no recinto escolar.

A decisão de receber primeiro os jovens de 14 a 19 anos se justifica por ser a faixa etária que mais circula no espaço urbano e se expõe ao contágio, não poucos pela necessidade imperiosa de trabalhar e reforçar a renda da família.

Não há mais como postergar o provimento de educação. A hora é de fiscalizar e fazer cumprir as medidas sanitárias nas escolas, reconhecendo que a expectativa de perfeição pode tornar-se a maior adversária do cumprimento de obrigações incontornáveis.

editoriais@grupofolha.com.br

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