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São Paulo verde

Estado avança no retorno de atividades; capital erra ao não reabrir os parques

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Ibirapuera, que permanece fechado aos fins de semana - Mathilde Missioneiro -5,abr.20/Folhapress

Quase sete meses após o início da quarentena em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) anunciou, na sexta (9), a ascensão de seis regiões à fase verde do plano que define estágios para a reabertura do comércio e de outras atividades.

A reclassificação atinge Campinas, Baixada Santista, Piracicaba, Sorocaba, Taubaté e Grande São Paulo —onde residem 3 de cada 4 paulistas. Observe-se, no entanto, que a maior parte desse avanço resulta de mudanças nas regras que embasam a estratégia.

Com a evolução para a fase verde, os estabelecimentos comerciais têm permissão para adotar regras de funcionamento menos restritivas. Shoppings e galerias, por exemplo, poderão funcionar com 60% da capacidade por um período de 12 horas —eram 8 horas.

Ocorre que, se fossem considerados os critérios do plano válido até a semana anterior ao anúncio, apenas Sorocaba, das seis regiões que avançaram, teria os indicadores de saúde necessários; as demais permaneceriam na fase amarela.

A principal alteração se deu no período de análise dos dados da pandemia. Números de novas internações, mortes e casos dos últimos 28 dias passaram a ser cotejados com os 28 dias precedentes.

Antes, a comparação envolvia dados dos últimos 7 dias e dos 7 dias pregressos. Ademais, a Grande São Paulo, anteriormente dividida em seis áreas, foi unificada.

O governo paulista afirma que as mudanças seguem as recomendações de seu painel de especialistas.
Ainda se contabilizam cerca de 150 mortes diárias no estado, e as novas infecções registradas giram em torno de 6.000 por dia. Trata-se de melhora expressiva na comparação com picos de 455 óbitos e 19 mil casos em um dia.

Na capital, a progressão de fase levou o prefeito Bruno Covas (PSDB) a anunciar a reabertura de cinemas, teatros e museus.

Causa espécie, porém, que o alcaide não tenha incluído na lista os parques, que, de modo inexplicável, ainda permanecerão cerrados nos fins de semana. Esses espaços, por serem abertos e arejados, favorecem a dispersão do patógeno, sendo assim mais seguros que os ambientes fechados.

Quanto a Doria, os próximos dias serão cruciais para verificar o acerto de sua estratégia. Por compreensível que seja o desejo geral de retomar o máximo da normalidade cotidiana, a prudência deve ser a principal conselheira no enfrentamento da pandemia.

editoriais@grupofolha.com.br

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