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A queda do censor

Pesquisa Datafolha mostra novo recuo de Russomanno, que tentou barrar divulgação

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Debate entre os principais candidatos a prefeito de São Paulo, promovido pela Folha e pelo UOL - Mariana Pekin/UOL

Apesar das tentativas de censura movidas por Celso Russomanno (Republicanos), candidato a prefeito de São Paulo, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do estado confirmou, em decisão unânime, a liberação da mais recente pesquisa Datafolha sobre intenções de voto para a eleição paulistana.

Os resultados explicam o desespero do postulante, que continua a cair nas preferências. Com base em entrevistas realizadas na segunda e na terça-feira (9 e 10), o Datafolha mostra que o prefeito Bruno Covas (PSDB) mantém-se em curva ascendente, tendo subido, em uma semana, de 28% para 32%.

O patamar deixa o tucano às portas do segundo turno —e até com alguma chance de, eventualmente, eleger-se na primeira rodada.

A principal novidade da pesquisa é Guilherme Boulos (PSOL), que, após um período de estagnação, assumiu o segundo lugar, embora mantenha-se em empate técnico com Russomanno e o ex-governador Márcio França (PSB).

O candidato do PSOL oscilou de 14% para 16%, enquanto seus rivais passaram, respectivamente, de 16% para 14% e de 13% para 12%. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.

A confrontação entre Covas e Boulos, aliás, foi um dos aspectos observados no debate entre candidatos promovido pela Folha e pelo UOL na terça-feira —evento valorizado por regras imaginosas e questões de interesse para o eleitor.

Atrás dos citados, vale registrar que o petista Jilmar Tatto, com oscilação de 6% para 4%, mantém-se muito aquém do histórico eleitoral de seu partido. Com dificuldades em obter apoio até mesmo de correligionários, Tatto faz uma campanha sem empolgação, deixando para Boulos o papel de principal representante da esquerda.

O acentuado declínio de Russomanno, que chegou a marcar 29% das intenções em final de setembro, é acompanhado de forte alta em seus percentuais de rejeição.

Agora são 49% os que não votariam no deputado em nenhuma hipótese, fatia que já foi de apenas 21%. O candidato iguala-se, dessa forma, a seu principal aliado, o presidente Jair Bolsonaro, que na cidade de São Paulo é rejeitado por 50% dos entrevistados, segundo a mesma pesquisa desta semana.

Sempre recomendável, em especial diante do exemplo de eleições mais recentes, é preciso não subestimar a possibilidade de movimentos de última hora do eleitorado.

A se manterem, contudo, as tendências que ora se desenham, o cenário é certamente desfavorável a Russomanno, um veterano em derrotas na cidade. Não há melhor indicador disso que a tentativa de esconder informações da população.

editoriais@grupofolha.com.br

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