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Patrícia Ellen e Jean Gorinchteyn

Plano SP: onde chegamos e para onde vamos

Ao contrário de Europa e EUA, seguimos outro rumo no controle da pandemia

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Patrícia Ellen

Secretária de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do estado de São Paulo

Jean Gorinchteyn

Médico infectologista e secretário da Saúde do estado de São Paulo

Notícias alarmantes sobre aumentos de casos e óbitos por Covid-19, pressão sobre o sistema de saúde e restrições de circulação pública voltam a predominar na imprensa internacional. A Europa está vivendo a segunda onda, e os Estados Unidos já estão na terceira.

Felizmente, o estado de São Paulo caminha em outro rumo: enquanto EUA e Europa têm registrado até 50 novos casos/dia por 100 mil habitantes, o estado registra menos de 10. Em comparação ao período de pico da pandemia, atingimos redução de 50% nas internações e 70% nos óbitos. A taxa de ocupação de leitos de UTI Covid caiu para 42%. Isso tudo é resultado do compromisso da população e de uma gestão baseada em dados e evidências.

Diante da inércia do governo federal, logo que foi confirmado o primeiro caso de Covid-19 no estado, o governador João Doria (PSDB) criou o Centro de Contingência do Coronavírus, reunindo 20 cientistas renomados do país. Em março, estabelecemos a quarentena e adotamos medidas de isolamento e distanciamento social. Determinamos o uso da máscara e ousamos ao criar e implantar, em junho, o Plano São Paulo. Com sete indicadores, estabelecemos fases que refletem a capacidade de resposta do sistema de saúde e a evolução regional da pandemia.

Por exemplo: para avançar para a fase verde (de abertura parcial), a região deve apresentar menos de 40 internações/100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Hoje, o estado como um todo apresenta 28,9 internações/100 mil habitantes. Nos últimos seis meses, acompanhamos uma retomada gradual e responsável em diversas regiões, mas também aplicamos regressão de fase quando necessário.

Diferentemente do que foi dito no artigo “Plano São Paulo deve ser revisto”, publicado nesta Folha no dia 13 de novembro, o Plano SP, possivelmente por falta de informação dos autores, nunca foi de retomada da economia, e sim um modelo de gestão e convivência com a pandemia.

Sem que fosse necessário fazer lockdown ou tomar medidas drásticas, como outros países fizeram, atuamos em todas as frentes possíveis para controlar o vírus: conscientização da população; testagem, monitoramento e isolamento de contatos, o que permitiu ultrapassarmos 6,2 milhões de diagnósticos no estado; ampliação em 140% do número de leitos de UTI no SUS; capacitação e proteção dos profissionais de saúde; transparência de dados através da criação do Simi-SP (Sistema de Monitoramento Inteligente); e estudo e planejamento da produção de uma das vacinas mais avançadas e seguras em testes no país hoje, a Coronavac. Com essas medidas, não vivenciamos momentos sombrios como os registrados em Milão e Nova York, que ficarão eternizados na memória mundial. Em São Paulo ninguém ficou sem atendimento.

Em meio à maior crise sanitária, humanitária e econômica que já enfrentamos, as ações do governo paulista já preservaram mais de 1 milhão de vidas e 300 mil empregos. Seguiremos firmes em nosso propósito e compromisso de respeitar a ciência, salvar vidas e amparar os cidadãos.

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