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Brasil em baixa

País cai 5 posições no ranking do IDH, com renda e educação em avanço lento

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Vista geral da favela de Paraisópolis, em São Paulo - Lalo de Almeida - 23.jun.19/Folhapress

A nova edição do Índice de Desenvolvimento Humano compilado pelas Nações Unidas traça um retrato desalentador do Brasil.

Em que pese o avanço da pontuação, que passou de 0,762 em 2018 para 0,765 em 2019, numa escala que vai de 0 a 1, o país retrocedeu cinco posições no ranking global e ocupa a pouco honrosa 84ª colocação entre 189 nações e territórios.

No estrato superior do IDH, com índice de 0,8 ou mais, estão 66 países, com liderança de Noruega, Suíça, Irlanda, Hong Kong e Islândia. No grupo de baixo desenvolvimento (abaixo de 0,55), há 33 nações, e as cinco piores são africanas: Burundi, Sudão do Sul, Chade, República Centro-Africana e Níger.

Considerada apenas a realidade regional, a situação nacional tampouco parece melhor. Ultrapassado por Colômbia e Peru, o Brasil caiu para o 7º lugar entre os latino-americanos. Mais preocupante, viu os países que já estavam à sua frente (Argentina, Uruguai, México e Cuba) melhorarem suas posições.

A lenta evolução dos indicadores brasileiros de bem-estar social fica evidente também em prazos maiores. Com relação a 2014, ano citado no relatório para efeito de comparação, o país perdeu duas posições, embora sua nota tenha aumentado em 0,009.

Dentre os critérios avaliados pelo IDH, o Brasil apresentou ou melhora discreta —caso da expectativa de vida (75,9), da média dos anos de estudo (8) e da renda per capita (US$ 14.263)— ou estagnação, como no tempo previsto de escolaridade (15,4 anos).

No que tange à renda, contudo, o incremento ocorrido em 2019 ainda está longe de superar as perdas resultantes da recessão econômica dos últimos anos, mantendo o indicador abaixo de 2010.

Mais recentemente, o relatório passou a calcular uma variante do IDH que leva em conta a desigualdade de renda. Aqui se revela muito da iniquidade que ainda perpassa a sociedade brasileira: o país cai nada menos que 20 posições na classificação, com o vexaminoso índice de 0,570.

O Brasil também faz má figura quando se avalia a desigualdade de gênero, ocupando apenas a 95ª colocação nesse ranking.

Como reúne dados apurados em 2019, o relatório não reflete os impactos provocados pela Covid-19. Estima-se, contudo, que a média geral dos países possa vir a regredir 0,02 ponto no relatório do próximo ano. Pior para quem já claudica na marcha do desenvolvimento.

editoriais@grupofolha.com.br

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