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Ricardo Melo

Sob domínio dos genocidas

Brasileiros poderiam escapar da morte caso houvesse a testagem em massa

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Ricardo Melo

Jornalista e apresentador do programa ‘Contraponto’ na rádio Trianon de São Paulo (AM 740), foi presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação)

Não chega a ser novidade que o Brasil está à deriva nas mãos de uma casta genocida. Mesmo os setores mais conservadores e covardes já perceberam que deram vida a um monstro, Jair Bolsonaro, em troca da salvação de lucros gordos. Agora não sabem o que fazer com o extermínio sem anestesia. Não pega bem nos ambientes aristocráticos.

Vivemos uma pandemia. Dez entre dez cientistas com mais de um neurônio funcionando sabem que a testagem da população é peça-chave para controlar e dimensionar a doença. O que vemos no Brasil? Kits de testes apodrecendo em armazéns. Cadê os milhões de testes prometidos pelo bufão Paulo Guedes meses atrás?

Basta? Bastaria não fosse o Brasil presidido pelo homicida Jair Bolsonaro e sua corja. Notícias se multiplicam dando conta de pacientes mortos em casa ou em filas à espera de leitos que não existem. Brasileiros que poderiam escapar da morte precoce caso tivessem à disposição uma testagem em massa.

Engana-se, porém, quem acha que isso afeta apenas os mais humildes —sem dúvida, as maiores vítimas desta desgraça. A máfia de laboratórios e “hospitais de ponta” mostra o quão “democrática” é a pandemia.

Tomo a liberdade de expor um caso particular. Soube que estive em contato com alguém que testou positivo para a Covid-19. Por precaução e respeito diante dos que convivem comigo em padarias, bares, farmácias e bancas de jornais, resolvi fazer o teste. Sem plano de saúde, juntei uns trocados para agendar o exame. Laboratório Delboni Auriemo: marcou data, horário e preço: R$ 340! Apareceu? Adivinhe a resposta. Laboratório Fleury: data só no final do mês. Lavoisier: ah, só dá para marcar em outro lugar.

Sou usuário do SUS há algum tempo. Nunca fui tão bem tratado quando precisei, apesar das condições ordinárias a que são submetidos os funcionários do sistema. Só não recorri ao SUS desta vez para não correr o risco de infectar esses heróis que vêm salvando milhares de pessoas.

A opinião pública brasileira, o Congresso, o STF e a grande imprensa envergonham o país. Jair Bolsonaro não é caso de impeachment, apenas. É caso de incapacidade para o cargo, qualquer cargo —a não ser o de planejar explosão de quartéis e adutoras. Um caso patológico. É um criminoso confesso ao condenar vacinas, máscaras, isolamento e promover aglomerações suicidas e homicidas sob os olhares complacentes de “governadores” e da mídia timorata.

Pobre Brasil.

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