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Enem no domingo

Tomadas precauções, é melhor que não se adie de novo o exame do ensino médio

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Alunos durante prova da edição 2021 do vestibular da Fuvest, em São Paulo - Eduardo Anizelli/Folhapress

Com a alta do número de reprodução da Covid-19 no Brasil, de 1,04 para 1,21 desde o início do mês, redobram-se as preocupações de cidadãos e governos zelosos —que, infelizmente, não são todos.

É nesse contexto que alguns setores pedem um novo adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), marcado para o próximo domingo (17) para mais de 6 milhões de inscritos em todo o território nacional. Pelo menos até aqui, autoridades educacionais e a Justiça têm resistido a esses apelos. Nesse caso, fazem bem.

Um novo adiamento até teria sentido se viesse no bojo de um lockdown nacional com o objetivo de reduzir drástica e rapidamente a circulação do vírus, como vêm fazendo vários países europeus. Mas parecem muito remotas, para dizer o mínimo, as possibilidades de o governo Jair Bolsonaro adotar uma medida dessa natureza.

Isso significa que, na maioria das regiões do país, a maior parte do comércio e dos serviços estará em operação, ainda que sob restrições de horário e ocupação, bem como com protocolos de biossegurança.

Beira a imoralidade defender que as atividades educacionais sejam paralisadas ou adiadas enquanto bares e igrejas, ambientes muito mais propícios ao contágio e menos essenciais, permanecem abertos.

Observe-se, ademais, que o Brasil já se encontra entre os países recordistas em dias sem aulas por causa do novo coronavírus.

Nesse período pandêmico, não existe atividade 100% segura. O que se pode e deve fazer é tomar medidas para reduzir os riscos e dar preferência ao que é mais urgente sobre o que é menos.

A experiência internacional dos últimos meses mostrou que atividades controladas, isto é, aquelas nas quais os agentes seguem um roteiro predeterminado, são relativamente seguras. Isso fica ainda mais evidente nas situações em que todos podem usar máscaras o tempo inteiro e são mínimas as interações entre as pessoas.

Nada disso isenta os estudantes de agir com responsabilidade pessoal. Ainda que o exame propriamente dito não traga riscos exagerados, os candidatos precisam ser cautelosos durante o transporte e, principalmente, evitar aglomerações na entrada e na saída.

As atividades que um país escolhe para manter em funcionamento durante a pandemia dizem muito sobre suas prioridades. Vamos mesmo continuar a colocar shoppings e bares à frente das escolas?

editoriais@grupofolha.com.br

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