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Jornalismo profissional caminha com livre difusão de ideias, não com bloqueios

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Jornalistas em cobertura no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 19.ago.18/Folhapress

“Produtores de conteúdo de qualidade e registro histórico como a Folha têm o desafio de fazer prevalecer os valores do jornalismo profissional na cacofonia própria do meio digital, em que informação e entretenimento, realidade e rumor, notícias e ‘notícias falsas’ tendem a se confundir e quase tudo se expressa com igual estridência, reproduzido de forma desligada do contexto original.”

O desafio foi descrito na atual edição do Projeto Editorial deste jornal, publicada há quatro anos, e submetido a teste acadêmico inédito na última campanha eleitoral.

Conduzido por cientistas políticos de universidades do Brasil e dos EUA, o trabalho chegou a conclusão alvissareira: o jornalismo profissional diminui significativamente a probabilidade de uma pessoa acreditar em fake news.

A difusão de informação confiável continua sendo o melhor antídoto ao veneno que intoxicou as democracias nos últimos anos. Só funciona, porém, em sociedades que gozam de liberdade de expressão —um valor ameaçado.

A defesa da livre circulação de ideias, o que evidentemente inclui ideias ruins, precisa ser intransigente. Não pode ocorrer segundo as conveniências de momento, como se vê mais uma vez na ação das grandes empresas de tecnologia, hoje difusoras importantes do jornalismo de qualidade.

O oligopólio bilionário age em peso agora para bloquear a comunicação do presidente dos EUA, Donald Trump, e de seus seguidores.

Não se trata mais de alertar o internauta para a falta de veracidade do que é dito. Nos dias derradeiros deste caótico governo, as big techs ficaram subitamente corajosas a ponto de congelar as contas do homem mais poderoso do mundo.

Saltam aos olhos, nesse episódio, a força oligopolista das gigantes de tecnologia, que remaram em conjunto na mesma direção, e a incoerência em relação ao que prometiam pouco tempo atrás. “Não é nosso papel interferir quando políticos falam”, afirmava o Facebook há menos de dois anos.

As empresas mostram, novamente, pequena disposição a defender valores. Resistência que é necessária, para citar outro exemplo recente, contra a intimidação descabida que o governo Jair Bolsonaro faz ao anunciar novos inquéritos contra jornalistas por causa da opinião expressada.

O poder econômico das empresas de tecnologia se converteu em poder político. É extremamente perigoso deixar que elas o usem para estrangular o debate público.

Isso não é compatível com os valores do jornalismo profissional, antídoto contra as fake news das redes sociais. Cabe ao poder público regular a ação das big techs, garantindo a livre circulação de ideias.

editoriais@grupofolha.com.br

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