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Tom Farias

Embaixadores da diversidade na ajuda aos refugiados

Em 2019, 79,5 milhões de pessoas fugiram de guerras, perseguições e tortura

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Tom Farias

Jornalista e escritor, é autor da biografia 'Cruz e Sousa: Dante Negro do Brasil' e do romance 'O Crime do Rio Vermelho', entre outros. Membro da Academia Carioca de Letras.

No mês passado, bateu à minha porta um convite muito especial e significativo. Fui convocado para ser um dos embaixadores da diversidade. A perna tremeu, mas resolvi encarar o desafio. O Instituto Adus, de São Paulo, foi o responsável pela façanha.

Criado em 2010, o Adus apoia ações em prol de refugiados ou pessoas em situação de refúgio, tendo atendido cerca de 8.120 delas, de 63 nacionalidades. O convite me encheu de orgulho, e o integro juntamente com personalidades, artistas e intelectuais.

O programa da entidade, de cunho humanitário, fala em auxílio, fomento e atuação junto “aos refugiados e outros estrangeiros, vítimas de migrações forçadas”, focando “reduzir os obstáculos que enfrentam para sua efetiva reintegração à sociedade”. Além disso, chama a atenção de autoridades, e da sociedade civil, para questões como acolhimento e medidas protetivas a essa população, criando mecanismos de geração de emprego, capacitação e cursos de língua portuguesa.

A “posse” dos embaixadores se deu por uma live, com a participação de 15 integrantes, do top de Paulo Lins e Antonio Prata (colunista desta Folha), Paola Oliveira, Thelma Guedes, Jamelão Neto e de César Sampaio, auxiliar técnico da seleção brasileira.

O melhor do encontro virtual ficou por conta dos depoimentos dos refugiados Leonardo Matumona, da República Democrática do Congo, e Eliezka Soto, da Venezuela, que estão no Brasil desde 2012 e 2017, respectivamente. Ambos falaram de pátria, família e liberdade.

Cofundador do Adus, Marcelo Haydu, na fala de abertura, descreveu um quadro preocupante sobre a situação dos refugiados. Na escala mundial, esses fluxos se intensificaram enormemente.

Segundo a ACNUR, a agência da ONU para refugiados, o mundo registrou em 2019 o maior número de pessoas deslocadas de maneira forçada desde a Segunda Guerra Mundial. Dados apontam que 79,5 milhões de pessoas fugiram de guerras, perseguições, violações de direitos ou tortura. É de refugiados a metade desse contingente.

O Brasil sofre impacto desse fluxo.

Por aqui, aportam venezuelanos, sírios e congoleses. Em 2018, a Polícia Federal contabilizou 9.977 solicitações de refúgio, apresentadas por cidadãos de 115 países, de acordo com o Instituto Adus. O país acolhe 23 mil refugiados e 140 mil solicitantes de refúgio, de 80 nações, entre africanos, latinos e do Oriente Médio.

Portanto, nada mais justo e honroso estar à frente de um projeto humanitário, que tem como meta priorizar a vida.

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