Descrição de chapéu
Davi Arrigucci Jr.

O que fazer?

Falso mito e seus quadrúpedes rumam ao abismo

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Davi Arrigucci Jr.

Cidadão brasileiro

O presidente da República é um incapaz. Não pode estar no cargo que ocupa ou em qualquer outro cargo imaginável, como demonstrou por anos a fio, na vida de caserna e na Câmara de Deputados. Só não vê quem não quer ou quem tenha interesse em não ver.

Trata-se de um desequilibrado mental. Sente-se ameaçado todo o tempo por perseguidores, que antes e depois da facada infeliz, lhe provocam medo, mas, sobretudo, uma raiva alucinada contra fantasmas da esquerda e da mídia, que destrata todas as vezes que pode, para quem se resigna a ouvir. E sempre em linguagem grosseira ou chula que encanta seus adeptos caninos, ao longo de falas repetidas, o bastante para enquadrá-lo em crimes de responsabilidade.

O escritor, professor e crítico literário Davi Arrigucci Jr. em sua biblioteca no bairro de Santa Cecília, em São Paulo - Eduardo Knapp - 27.nov.10/Folhapress

Perfeito negacionista (boçal e ignaro, é o eco de seu nome), demonstra horror pela ciência e por todo esclarecimento razoável sobre economia ou problemas reais do país. Exime-se, assim, de toda responsabilidade de governar, delegando poderes a ministros escolhidos sob sua medida e tutela, impensáveis ou caricatos em qualquer proposta séria de não importa que República.

Violento a quem falta valor, se agarra medrosamente às armas, recusando informação ou argumentos contrários, esteios da democracia que supõe a exposição corajosa ao debate, do qual fugiu como o diabo da cruz, desde o primeiro instante de sua candidatura.

Complacente com a destruição abominável da floresta amazônica, se mostra mentor convicto e principal incentivador da devastação da natureza brasileira, para cuja poluição colabora com a mais cretina e constante inconsciência.

Exatamente no momento em que o mundo todo se debruça sobre a escassez de ar puro e os infectados da pandemia agonizam com a falta de oxigênio, como se viu no irreparável caso das vítimas do Amazonas, criminosamente desatendidas por seu desgoverno.

Espécime raro de brucutu inclassificável, é um predador nato de instituições construídas pela civilização ao longo de séculos. Por isso, se tornou uma assombração obscurantista para a cultura e a educação, cujos valores não pode compreender com seu cérebro diminuto dos tempos dos dinossauros sobre a Terra, que julga plana como outros retardados de sua mesma espécie, tidos por ele como luminares, mas, na verdade, uma horda de quadrúpedes, em marcha batida, rumo ao abismo.

Como se não bastasse, faz vista grossa às ridículas manobras de filhos e apaniguados, que deixam no chinelo o triste elenco da roubalheira nacional, fazendo ressurgir das sombras de milícias e bandidos as execráveis figuras dos irmãos Dagobé, “absolutamente facínoras”, de quem nunca ouviu falar esse falso messias de um reles mito inexistente.

Por fim e acima de tudo, esse admirador de torturadores gaba-se de ser um bárbaro genocida, pela malvadez sem limite ou pela falta de vergonha que revela diante do sofrimento da nação, vítima da pior crise de saúde de sua história, feito uma encarnação furibunda e pestilenta do vírus que não teve a honradez de combater.

Faltam leitos nos hospitais para nossos doentes. Nossos mortos já não cabem nas valas comuns; logo, em nosso lugar, tomarão as ruas.

O que pode fazer, diante desse descalabro, o brasileiro que só consegue sobreviver a duro custo, discriminado por desmandos como o atual e uma desigualdade histórica que a todos os pobres acossa, degrada e humilha?

O que fazer?

TENDÊNCIAS / DEBATES
Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.