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O setor mais atingido

Cruciais para retomada do emprego, serviços registram alta pequena em abril

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Lojas e outros estabelecimentos fechados durante a pandemia em São Paulo - Kenny Andrade - 13.abr.21/Folhapress

É o padrão no mundo todo que a recuperação após os piores momentos da pandemia se concentre inicialmente nos setores produtores de bens, cuja demanda se manteve firme. Os serviços, que em sua maior parte não prescindem de contato social, ficam atrasados e tem retomada mais difícil.

No Brasil, o atraso na vacinação e a sabotagem do governo federal aos esforços de controle sanitário impedem a abertura consistente das atividades e tornam essa dicotomia ainda mais acentuada.

Enquanto o Produto Interno Bruto já voltou ao nível do final de 2019 no primeiro trimestre deste ano, os últimos dados mostram que os serviços ainda patinam e permanecem 1,5% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Segundo a pesquisa mensal do IBGE, houve alta de 0,7% em abril, pequena ante a queda de 3,1% observada em março, quando o pico da segunda onda de contágio obrigou governadores e prefeitos a ampliarem restrições.

O destaque de abril ficou com os serviços prestados às famílias, que avançaram 9,3%, progresso que no entanto deve ser relativizado depois da queda de 28% em março. Tal rubrica inclui alojamento e alimentação, a que mais sofre desde o início da pandemia —a atividade ainda está 40% abaixo da medida em fevereiro do ano passado.

O problema desse padrão de crescimento é que os setores ainda desfavorecidos têm peso elevado no emprego, tanto considerando as vagas com carteira assinada quanto as demais, que incluem informais e por conta própria.

É nesses últimos dois grupos que se concentram os trabalhadores de menor qualificação, os que mais sofrem com o adiamento de uma retomada consistente das atividades. Muitas delas talvez não voltem, como é fácil perceber pelos imóveis fechados que abrigavam pequenos negócios.

O desafio mais imediato, evidentemente, é acelerar a vacinação, mas os sinais que vêm de países que estão mais avançados nesse processo sugerem que, após um empuxo inicial da atividade econômica, a tendência é que sobrevenha uma acomodação.

Aí entra o tema mais importante para o médio e o longo prazo —a concepção de políticas capazes de reverter ou ao menos minimizar os danos legados pela pandemia.

editoriais@grupofolha.com.br

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