Na última sexta-feira (23), o Japão se tornou palco do maior evento esportivo do mundo. Após o adiamento devido ao cenário da pandemia, a 32ª edição dos Jogos Olímpicos e 16ª dos Jogos Paraolímpicos reunirão, em Tóquio, atletas e paratletas dos cinco continentes para celebrar o esporte.
O Time Brasil conta com a tropa de elite do esporte nacional, composta por mais de 90 militares que integram o Programa de Atletas de Alto Rendimento das Forças Armadas (Paar), o que representa quase 30% do total de atletas da delegação brasileira.
Eles representarão o país em 20 modalidades: atletismo, boxe, canoagem slalom, ciclismo BMX, ciclismo moutain bike, esgrima, ginástica artística, hipismo, judô, natação, maratona aquática, pentatlo moderno, remo, saltos ornamentais, taekwondo, tiro com arco, triatlo, vela, vôlei de praia e wrestling.
Respeito às regras, hierarquia, preparo físico e disciplina são características peculiares que aproximam a relação do militar com o esporte. A história das Forças Armadas no contexto olímpico nos remete à saga do então tenente do Exército Guilherme Paraense, que conquistou em 1920, nos Jogos de Antuérpia, na Bélgica, a primeira medalha de ouro do Brasil em uma Olimpíada, na modalidade de tiro rápido.
A criação do Paar, em 2008, estabeleceu um marco evolutivo para o desporto militar, que atingiu seu ápice no cenário desportivo militar na 5ª edição dos Jogos Mundiais Militares (JMM), que completam este ano uma década de sucesso organizacional e de resultados esportivos, alçando o Brasil para a primeira posição do cenário esportivo militar mundial.
A sustentabilidade do desporto militar se manteve nas duas edições subsequentes aos JMM do Rio de Janeiro, mantendo o Brasil no seleto grupo de potências militares esportivas internacionais ao conquistar a segunda colocação nos 6º JMM, em 2015, na Coreia, e a terceira colocação nos 7º JMM, realizados em 2019, na China.
O Paar é uma parceria exitosa entre o Ministério da Defesa e o Ministério da Cidadania, propiciando sucesso esportivo e contando com sinérgica coordenação com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), as confederações e federações esportivas e os clubes, aos quais os atletas do programa pertencem.
O programa tem atletas de diversos segmentos sociais do Brasil e foi essencial durante a pandemia, garantindo os vencimentos e o acesso às instalações esportivas militares para treinamento, bem como a toda uma equipe multidisciplinar voltada para a saúde e melhoria da performance dos atletas (médicos, fisiologistas, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos etc).
Destaca-se que o programa é utilizado em países como Alemanha, França e Itália. Atualmente, o Paar no Brasil possui 540 atletas incorporados, sendo que quase 17% já estão classificados para Tóquio. Esse é um índice elevado para qualquer clube que queira treinar atletas para os Jogos Olímpicos, realçando a eficácia desse programa de governo.
Assim, em 13 anos, é possível identificar que os resultados em competições nacionais e internacionais têm demostrado a relevância do programa para o nosso desporto. Nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio, por exemplo, 68% das medalhas foram conquistadas por atletas do Paar.
O atual agravamento das medidas restritivas impostas pelo governo do Japão, referentes à pandemia, mostrou a relevância da inserção antecipada de atletas olímpicos, atletas paraolímpicos, comissões técnicas e demais credenciados que representarão o Brasil em Tóquio no Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde. Essa iniciativa afeta diretamente a confiança e a segurança dos nossos atletas na competição. A ação foi bem-sucedida e contou com a articulação entre Ministério da Defesa, Ministério da Saúde, Ministério da Cidadania e COB.
Por fim, a despeito das adversidades impostas pela pandemia, os atletas brasileiros estão prontos para bem representar o país com determinação e elevado espírito de luta e superação.
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