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Vacinas em alta

Adesão a imunizantes é recorde, mostra Datafolha; avanço não dispensa precauções

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Vacinação contra a Covid-19 de pessoas com 37 anos na cidade de São Paulo - Rivaldo Gomes/Folhapress

Toda a má vontade do governo federal não impediu que a adesão dos brasileiros à vacinação contra a Covid-19 se tornasse um sucesso. Conforme pesquisa do Datafolha, 56% da população acima de 16 anos já recebeu algum imunizante e 38% pretendem fazê-lo.

A soma, de 94%, é a mais alta desde que tais perguntas começaram a ser feitas pelo instituto, em agosto do ano passado. Apesar de problemas pontuais que merecem a atenção das autoridades, os dados do programa nacional de vacinação se mostram mais alentadores.

O número de mortes e de casos graves diminui de modo notável há cerca de três semanas, embora permaneça em patamares elevados. Considere-se o caso de São Paulo: em meados de abril, a pandemia matava mais de 800 pessoas por dia no estado, média que baixou a 350 neste julho.

Deve-se notar que, nos piores momentos de 2020, entre junho e julho, o morticínio diário era de cerca de 270 pessoas; que, em novembro, chegou a ser de menos de 90. O risco de infecção e morte, pois, ainda é maior que em 2020.

Tal situação deve mudar em breve. Cerca de 63% dos adultos tomaram ao menos uma injeção de vacina em São Paulo (acima, portanto, da média brasileira).

É realista a perspectiva de que todas as pessoas de 18 anos ou mais tenham recebido uma dose até 20 de agosto, como promete o governo paulista. A proteção geral aumenta, com mais imunizados por vacina ou por infecção natural.

Governadores e prefeitos planejam atingir pessoas de 12 a 17 anos já a partir do próximo mês, numa estratégia que pode ser razoável, a depender do estoque disponível.

Na cidade de São Paulo, por exemplo, há cerca de 850 mil jovens nessa faixa etária, e falta ainda a segunda dose para mais de 1,9 milhão de pessoas com 50 anos ou mais —era nesse grupo de idade que morriam 90% das pessoas por Covid-19 antes de haver vacina.

Deve-se considerar, ademais, o risco de que o avanço da imunização induza a algum relaxamento precipitado por parte da população ou dos governantes, enquanto a taxa de transmissão do vírus ainda é alta e há a ameaça da contagiosa variante delta.

De todo modo, está consolidado o entendimento de que a vacinação é a única saída virtuosa para a superação da calamidade e a retomada plena das atividades econômicas e sociais, agora mais próxima.

Mais adiante, haverá que considerar campanhas de reforço para lidar com um vírus que, mesmo após o fim da epidemia, ainda circulará entre nós por algum tempo.

editoriais@grupofolha.com.br

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