Considerado até pouco tempo atrás exemplo de sucesso na contenção da pandemia, o Sudeste Asiático vem enfrentando um aumento vertiginoso de infecções e mortes causadas pela Covid-19 e se convertendo em novo epicentro da doença no mundo.
O caso mais alarmante é, de longe, o da Indonésia. O país de 240 milhões de habitantes registra atualmente a maior quantidade de óbitos no mundo, com média de aproximadamente 1.800 por dia. São seis vezes os 300 que a nação insular anotara no pico anterior.
Embora em situação menos grave, o Vietnã também inspira preocupações. Com apenas 35 mortes até maio, o país conheceu uma explosão de óbitos em julho, chegando a registrar 392 vítimas num único dia. As infecções, que até então eram de poucas centenas, já se aproximam de 10 mil diárias.
Os principais fatores por trás do fenômeno são a disseminação da variante delta e a baixa cobertura vacinal da região. Mais contagiosa, embora aparentemente não mais letal, a delta já está presente em 132 países e vai se tornando preponderante no planeta.
Esse alastramento é impulsionado pela morosidade na imunização. As duas nações mais populosas do Sudeste Asiático, Indonésia e Filipinas, não lograram vacinar completamente nem 8% de seus habitantes. A situação é ainda pior no Vietnã, com um ínfimo 0,6%.
Quadro semelhante se esboça na África, onde somente 1,6% da população foi totalmente vacinada. Desde julho, o continente enfrenta sua pior quadra na pandemia, tanto em número de contaminações como de mortes.
Em regiões onde a imunização alcança níveis mais elevados, casos de Europa e Estados Unidos, os riscos se mostram menores, apesar do avanço da variante. Com mais de 50% da população adulta vacinada e boa parte das restrições abolidas, ambos vêm registrando um repique de infecções, mas as mortes se mantêm sob controle.
O Brasil, por sua vez, encontra-se a meio caminho entre os piores e melhores cenários. No fim de semana, nossa média móvel de óbitos, não obstante permaneça em patamar elevado, ficou abaixo de 1.000 pela primeira vez desde janeiro.
Neste momento em que a delta se espalha pelo país e estados começam a relaxar o controle sanitário, a vacinação, hoje completa em apenas 20% da população, ganha ainda mais relevância para evitar uma nova onda de contágio.
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