Quanto mais dividido, mais a fome aperta. Quanto mais os confrontos ideológicos e as bandeiras partidárias ocupam mentes e corações das pessoas, mais a pobreza e o desalento crescem nas ruas de todo o país. Para além do 7 de Setembro, o que mais nos preocupa nestes 199 anos de Independência do Brasil é a desesperança e a falta de perspectiva das pessoas.
Vivemos um tempo de incertezas, num clima permanente de divergência e radicalização, com as famílias impregnadas de desconfiança, de mágoas e rancores, imersas nesse ambiente propício ao desalento, campo fértil para a instabilidade política e econômica. Tudo isso com efeitos dramáticos sobre a qualidade de vida da população, cada vez mais precária e menos próspera.
De fato, estamos desafiados a restabelecer um nível mínimo de união para resgatarmos a esperança do povo brasileiro, para retomarmos o rumo do crescimento, da geração de oportunidades, de emprego e renda. Esta é a verdadeira pauta do Brasil real. O resto são bandeiras ideológicas e proselitismo. O Brasil precisa de pacificação.
Ainda enfrentamos a maior crise de saúde dos últimos tempos, que, além de milhares de vidas perdidas, também resultou numa redução dramática do nosso PIB, no aumento da inflação e dos juros, num dia a dia mais duro e sacrificado.
O mais importante agora é olhar para o Brasil além das manifestações da Independência. Perceber que o país da pós-pandemia pode e deve ser muito maior do que uma luta entre facções político-partidárias. Para isso, é fundamental estimular um clima propício aos investimentos, à atração de capitais externos, às nossas exportações e à estabilidade para recuperarmos os empregos e as empresas que ficaram pelo caminho ao longo desta pandemia.
Não é abandonar as divergências, tão naturais. Mas procurar, de forma pacífica e ordeira, fortalecer nossos valores democráticos, visando o progresso da nação a partir do respeito entre as pessoas e da harmonia entre as instituições. Só haverá futuro nessa direção.
TENDÊNCIAS / DEBATES
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