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Douglas Koneff

Brasil e EUA devem agir de forma decisiva na COP26

Países estão posicionados de maneira única para fazer a diferença juntos

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Douglas Koneff

Encarregado de negócios da Embaixada e Consulados dos EUA no Brasil

Começou no domingo (31) a COP26, em Glasgow, onde muitas das melhores mentes de todo o mundo farão parte de um esforço histórico para proteger nosso planeta e seu povo dos efeitos do aquecimento global.

Como nações democráticas poderosas e influentes, com forte compromisso com a preservação do meio ambiente, EUA e Brasil devem agir de forma decisiva na COP26 e além dela. Nossos dois países, com décadas de parceria e engajamento ambiental com governo, sociedade civil, setor privado, grupos indígenas e outros, estão posicionados de forma única para fazer a diferença juntos.

A instabilidade climática, visível em todo o mundo, está nos levando a buscar soluções criativas que protejam a Terra, os ecossistemas dos quais dependemos e nosso povo. A proteção do meio ambiente anda lado a lado com o desenvolvimento de economias fortes, sustentáveis e inovadoras. Especialistas no mundo todo concordam que alcançar as emissões "net zero" (neutralidade de carbono) pode ser a maior oportunidade econômica de nossas vidas.

Economias "net zero" irão acelerar a recuperação econômica, criar empregos e dar origem a indústrias totalmente novas. A Agência Internacional de Energia estima que alcançar as metas de energia limpa irá mobilizar US$ 4 trilhões por ano entre o momento presente e 2030.

Isso significa novas oportunidades de parceria entre nossas duas potências econômicas e empresas do setor privado, muitas das quais estão na vanguarda do desenvolvimento de energia limpa, reciclagem de água, redução de emissões e aumento das ambições climáticas.

O objetivo da COP26 de manter o aquecimento global abaixo de 1,5ºC é crucial e engloba muito mais do que o controle de temperaturas.

Agindo juntos, podemos evitar secas e enchentes, que prejudicam a produção de alimentos e energia, reduzem nossa renda, inundam nossas comunidades e deixam nossas crianças famintas. Conseguiremos proteger nossa saúde contra a fumaça da queima do carvão e de incêndios florestais que reduz nossa qualidade de vida e limita nossa produtividade. Conseguiremos também cuidar dos nossos sistemas hídricos e climáticos, que sustentam comunidades e sistemas de produção. Se cada nação vier preparada para fazer sua parte, a COP26 pode ser um momento decisivo para colocar o mundo no rumo certo.

Como lar de 60% da Amazônia, além de outros grandes biomas, o Brasil tem sido destaque nas questões ambientais ao longo das décadas —e a COP26 é uma oportunidade de renovar sua liderança climática. A proteção da biodiversidade e das florestas tropicais têm vínculos diretos com as metas de redução de emissões do país. Os EUA estão orgulhosos de fazer parte desse esforço por meio de projetos, como a Plataforma Parceiros pela Amazônia (PPA), uma ação coletiva de empresas privadas, como Natura, Ambev, Cargill, Alcoa e outras, que acelerou mais de 30 startups amazônicas, desenvolveu comunidades locais e ajudou a conservar o meio ambiente em que vivem. Na medida em que os planos climáticos do Brasil continuarem a se solidificar, os EUA seguirão apoiando como um parceiro de boa-fé.

Os EUA estão tomando medidas efetivas em casa, reunindo outros países para fazer mais, e irão anunciar novas iniciativas e parcerias em Glasgow. Uma delas será o lançamento formal do Global Methane Pledge, uma iniciativa conjunta com a União Europeia, que busca reduzir o aquecimento em pelo menos 0,2ºC até 2050. Vamos nos concentrar no desenvolvimento de soluções tecnológicas, protegendo florestas e oceanos, e fortalecendo os esforços de adaptação. Nosso compromisso com a ação climática não terminará com a COP26. O presidente Joe Biden vai trabalhar com o Congresso dos EUA para quadruplicar o financiamento público climático internacional do país em reconhecimento à escala do desafio, comprometendo-se a usar o Fórum das Principais Economias como uma plataforma para impulsionar ações mais concretas.

A crise climática pode parecer avassaladora, mas escolhemos agir, e isso vai nos ajudar a alcançar resultados que não apenas garantem nosso futuro, mas o abrilhanta.

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