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O que a Folha pensa Pix

Pix, ano 1

Sistema de pagamentos de baixo custo avança no país e favorece a competição

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Uso do Pix em padaria de São Paulo - Karine Xavier - 4.dez.20/Folhapress

Sobram números para demonstrar a boa aceitação do Pix, o ambiente de pagamentos instituído há um ano pelo Banco Central com o objetivo de ampliar a oferta de serviços financeiros à população.

De acordo com os dados do BC, o sistema acumula hoje 112,6 milhões de usuários, dos quais 93,4% pessoas físicas. Entre as empresas a adesão se mostrou mais lenta, dados os trâmites de adaptação ao mecanismo —adotado, ainda assim, por 8 de cada 10 negócios de pequeno porte, segundo o Sebrae.

Suas vantagens são evidentes e de fácil compreensão. O Pix permite transferências e pagamentos instantâneos e de baixo custo (gratuitos para as pessoas físicas), à diferença de instrumentos bancários tradicionais como DOC e TED.

O país tem tradição em avanços nessa seara desde os tempos em que a inflação descontrolada exigia maior rapidez nas transações financeiras. Até outubro contavam-se 348 milhões de chaves cadastradas e 227 milhões de contas no novo ambiente —cada pessoa pode fazer até cinco chaves por conta, e cada empresa, até 20.

O êxito do sistema levou a uma bem-vinda redução do uso de dinheiro em espécie, o que parece ser uma tendência inexorável das economias modernas e tem o potencial de dificultar atividades criminosas e sonegação tributária.

Conforme noticiou O Estado de S. Paulo, R$ 40 bilhões em papel-moeda deixaram de circular no Brasil entre janeiro e outubro, numa queda de 10,5% em relação ao volume do final do ano passado.

Houve problemas, decerto, a começar por um certo açodamento do Banco Central no lançamento do Pix, que levou a instabilidades iniciais. O sistema também criou novas oportunidades para golpes e até roubos e sequestros, obrigando a autoridade monetária a impor limites às transações.

Nem todos, ademais, dispõem de aparelhos e conexões adequadas com a internet, ou da familiaridade necessária com os meios eletrônicos. Os estratos mais pobres e menos educados enfrentam, sem dúvida, as maiores dificuldades.

Está claro, de todo modo, que a inovação tecnológica contribui para o ingresso de mais participantes em um mercado ainda muito concentrado nas mãos de poucos grandes bancos. O avanço do Pix ainda está em curso e deverá associar-se a diversos outros serviços e opções para os usuários.

editoriais@grupofolha.com.br

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