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Desde o Big Bang

Mais poderoso telescópio no espaço testará teorias sobre a evolução do universo

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Espelho do telescópio espacial James Webb - Chris Gunn - 16.mai.17/AFP

Segundo o conhecimento acumulado pela astronomia nas últimas décadas, as primeiras estrelas relampejaram por volta de 100 milhões de anos depois do Big Bang, o evento que, 13,8 bilhões de anos atrás, deu origem ao cosmo.

Após consumirem todo o seu combustível, esses astros primevos extinguiram-se em explosões ciclópicas, semeando o universo com uma variedade de novos elementos químicos. Dessa centelha primordial emergiu uma longa e contínua cadeia evolutiva responsável por gerar tudo o que existe hoje —de galáxias a planetas, de micro-organismos até o ser humano.

Testar a acurácia de teorias como essa está entre as principais missões do telescópio James Webb, um projeto da Nasa e das agências espaciais do Canadá e da Europa que deve levantar voo neste sábado (25) ou nos próximos dias.

Tudo em torno do James Webb é grandioso. Construído ao longo de três décadas e ao custo de US$ 10 bilhões, o novo engenho foi concebido para ser o mais poderoso telescópio já lançado no espaço.

Seu espelho primário, formado por 18 hexágonos de berílio banhados em ouro, possui 6,5 metros de diâmetro —uma peça que, para caber no foguete Ariane 5, necessita ser dobrada tal qual um origami.

Na viagem até o seu destino espacial, um ponto a 1,5 milhão de km de distância da Terra, o James Webb executará uma meticulosa coreografia para desembrulhar, além de seu espelho, uma estrutura do tamanho de uma quadra de tênis cujo objetivo é protegê-lo do calor e manter seus instrumentos em temperaturas baixíssimas.

Depois de encontrar sua órbita, o sucessor do célebre telescópio Hubble ainda precisará de mais alguns meses de testes para perscrutar um capítulo desconhecido da nossa histórica cósmica.

Para tanto, o artefato foi configurado para detectar um tipo de radiação, a infravermelha, invisível tanto aos nossos olhos como às lentes do Hubble. Só assim será possível captar a luz das primeiras estrelas que, devido à expansão do cosmo, acaba deslocada para comprimentos de onda mais longos.

A missão do telescópio vai além e passa pela observação dos colossais buracos negros que existem nos centros de galáxias e de planetas localizados fora do sistema solar, entre outros tópicos.

Trata-se, em suma, de investigar não só como tudo começou mas de que forma, a partir do Big Bang, chegamos até aqui.

editoriais@grupofolha.com.br

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