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Pandemia, ano 3

Covid não nos deixará logo, mas letalidade menor deve permitir vida mais normal

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Início da aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid, em São Paulo - Rivaldo Gomes - 18.nov.21/Folhapress

O recorde mundial de novos casos de Covid-19 registrado nesta semana, passados quase dois anos do início da pandemia, serve como um lembrete desagradável de que o coronavírus não irá desaparecer do planeta tão cedo.

Ao mesmo tempo, a constatação de que, apesar da marca adversa, o número de mortes vem se mantendo em patamares baixos alimenta as esperanças gerais de que o pior já tenha ficado para trás.

Na segunda-feira (27), a média móvel diária de contaminações no mundo, que considera os sete dias anteriores, atingiu novo pico de 854,6 mil casos, superando o recorde estabelecido em 25 de abril, quando a vacinação ainda engatinhava na maioria dos países.

A escalada de infecções não ocorre de forma homogênea no mundo. Vem sendo impulsionada sobretudo por nações do hemisfério Norte, que agora vivem o inverno, mais propenso à propagação de doenças transmitidas pelo ar.

Especula-se que a onda resulte do rápido espraiamento da variante ômicron, que já representa a maioria dos casos nos EUA e no Reino Unido. Estudos preliminares vêm mostrando que a cepa é várias vezes mais contagiosa que o vírus original e suas versões anteriores.

Em reação, essas nações vêm encurtando o prazo para a aplicação da dose de reforço, que, tudo indica, aumenta a proteção contra a variante. Ao mesmo tempo, países como Alemanha, França, Portugal e Holanda ampliaram as restrições para frear o aumento de casos.

A despeito do quadro preocupante no que tange às contaminações, o avanço da vacinação e a agressividade aparentemente menor da ômicron têm, até o momento, mantido os óbitos pela doença em nível bastante abaixo do contabilizado em outras ondas. No começo da semana, a média móvel de mortes diárias no mundo foi de pouco mais 6.400, número semelhante ao de outubro de 2020.

Já o Brasil segue desorientado diante do vexaminoso apagão de dados do Ministério da Saúde e da crônica falta de testes no país. A desídia governamental, que torna impossível ter uma ideia precisa do estágio da doença no país, é compensada pela ampla adesão à vacinação, sinal inequívoco de que a população deu de ombros para o negacionismo estatal.

O Sars-CoV-2 certamente continuará aturdindo o planeta em 2022. Encontrará, contudo, sistemas de saúde não só mais experientes como também mais bem preparados, equipados com uma gama de vacinas eficientes e novas drogas contra a doença sendo aperfeiçoadas.

Se formos capazes de utilizar bem todos os recursos à disposição e nos mantivermos vigilantes, é possível que, neste ano, enfim consigamos viver vidas mais normais.

editoriais@grupofolha.com.br

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